A fase das birras é um momento muito difícil para todos os pais: o momento em que os filhos os põem à prova, em que mudam radicalmente de personalidade e onde a educação se torna mais difícil. Mas a verdade é que elas chegam, passam, voltam e passam outra vez. É quase um ciclo sem fim, até as crianças crescerem. Cuidar de uma criança que está a aprender a expressar-se e lidar com os seus sentimentos pode ser desgastante, mas é importante ter paciência pois é a forma de lidar com ela que pode criar bons momentos de aprendizagem. A pensar nisso reunimos aqui 7 estratégias de como encarar as birras com respeito mútuo para que a fase se torne mais fácil de ultrapassar.

Como ultrapassar as birras?

Antes de qualquer coisa é importante deixar claro que a birra não é propositada. Por mais que aqueles ataques de choro e gritaria pareçam de propósito, não são. A questão é que as crianças estão em constante desenvolvimento e a parte do cérebro responsável pela reflexão, planeamento, imaginação, pensamento analítico, controle e solução de problemas, o neocórtex, não está pronta! Ou seja, eles deparam-se com situações diferentes daquelas que imaginaram ou desejaram e não encontram melhor maneira de lidar com o que sentem, seja frustração, tristeza ou raiva, se não pelo choro, grito ouaté algum tipo de violência. Eé exatamente por isto que é importante que o adulto, que já tem o cérebro desenvolvido, estimule a aprendizagem da criança, fazendo com que ela consiga ser racional. Mas como consegui-lo?

1 - Estabeleça uma rotina

A birra muitas vezes acontece em momentos de adaptação, como na hora do banho, de dormir ou de comer. Manter uma rotina estável torna as situações mais familiares para a criança e assim já não existe o sentimento de estranheza e sim de hábito e adaptação. As rotinas criam segurança às crianças e isso vai ajudar a minimizar as birras.

2 - Dê opções

Ouvir o que a criança quer não só mostra que há alguém disposto a ouvi-la, mas, dependendo da situação, pode ajudar a encontrar um meio termo. Por exemplo: se a criança não quer tomar banho, perguntar o que ela prefere, se ela preferir comer e for um contexto possível, por que não atender a esse pedido?

3 - Explique o que vão fazer

Antecipar quais serão as próximas coisas que ela vai fazer pode ajudar a contornar um possível ataque de birra, já que não haverá o fator surpresa. Por exemplo: quando a criança está a comer, avisar que logo de seguida toma banho e que depois será hora de dormir.

4 - Aprenda a ceder

Entender que as crianças têm tempo e vontades próprias é um passo importante para respeitar a autonomia delas e amenizar momentos de birra. Conversar e ceder um pouco são atitudes importantes na relação entre pais e filhos. Por exemplo: se a criança quer brincar mais um bocadinho, pode deixá-la brincar mais 10 minutos e ceder nessa parte, mas avisá-la de que a seguir a isso ela irá cumprir a tarefa seguinte que estava estipulada.

 5 - Torne o momento de dormir numa coisa boa

A hora de dormir tende a ser um dos principais motivos de birraa, assim como a hora do banho ou por vezes até a hora de comer, dependendo da criança e da fase em que está a passar. Uma dica é tentar fazer algo interessante com a criança na cama - brincar ou ler um livro - e ir anunciando aos poucos que a hora de dormir está a chegar, pois assim elavai sentir que o momento de dormir não deixa de ser divertido.

6 - Dê pequenas tarefas

As crianças são curiosas e muitas vezes querem sempre fazer o que os adultos fazem. Ainda que a tarefa não seja uma tarefa própria de criança, tentar criar formas dela interagir com o que está a ser feito pode ajudar a evitar choros. Por exemplo: se a criança quiser ajudar a fazer o jantar, tente dar alguma tarefa como por exemplo ajudar a mexer a comida ou levar algumas coisas para a mesa.

7 - Respeite o tempo

Cada criança reage às situações de uma forma diferente, ainda assim, dar escolhas, fazer combinações e respeitar a autonomia da criança é uma forma bastante cuidadosa de, não somente, contornar birras mas de construir uma relação compreensiva.

É importante dizer também que nem todos os momentos de birra são contornáveis e isso não significa que pais e mães não sabem lidar com o seu filho ou com esse momento de birra, mas que a criança precisa de um tempo para se adaptar e entender a situação e por isso precisa, sim, de uns minutos para chorar e espernear porque é a forma que tem de poder descarregar as frustrações normais de criança.