A autoestima é um conceito individual que se consolida com os anos. É essencial para o desenvolvimento de qualquer criança. E nós, adultos, pais, professores e amigos, podemos ajudar, transmitindo alicerces que promovam uma autoestima positiva, capaz de fortalecer a criança perante os maiores desafios.
A construção dos padrões de autoestima é fundamental para o equilíbrio emocional. Quanto mais cedo for feita essa promoção, melhor. Muitas crianças com dificuldades de aprendizagem e de atenção têm momentos em que sentem que "não são boas em nada", desenvolvendo, assim, um sentimento de baixa autoestima.
No mesmo sentido, os desafios escolares não superados tendem também a diminuir a autoestima e a transformar a escola num lugar pouco simpático e até mesmo assustador. É aqui que os pais e os professores devem assumir, ainda mais, o seu papel, procurando incentivar comportamentos de persistência e de positivismo: falhou hoje, amanhã acerta!
Há formas de ajudar a construir autoperceções saudáveis sem ferir a autoestima. Por exemplo, quando a Madalena erra é importante que seja chamada a atenção, mas apenas por esse comportamento errado e nunca pela pessoa em si. Ou seja, desaprove o comportamento e não a criança. Estas são efetivamente abordagens diferenciadas. A desconsideração da criança, pode, sem dúvida, desencadear estímulos opostos aos que se pretendem.
As atividades extracurriculares são uma ótima forma de a criança se concentrar e de desenvolver as suas capacidades. Contribuem para aumentar a confiança, as habilidades sociais e desenvolver os seus interesses. São também uma boa forma de uma criança com dificuldades escolares aprender competências diversas num ambiente divertido e de baixo stress.
O que deve ter em conta na hora de escolher uma atividade extracurricular?
1. Concentre-se nos pontos fortes
As crianças com dificuldade de aprendizagem e ao nível da atenção podem ter maiores dificuldades na escola, por isso é importante que as atividades extracurriculares realcem os seus pontos fortes. Por exemplo, se gosta de desenhar ou de pintar, porque não frequentar aulas de arte? Se gosta de cantar ou de tocar um instrumento, porque não inscrevê-la num coro (escolar ou fora da escola) ou numa orquestra?
2. Estimule os gostos da criança
Algumas crianças até gostam de várias matérias escolares, mas costumam ficar sob stress com a quantidade de trabalhos e de exigências escolares em torno das mesmas matérias. Se uma criança gosta, por exemplo, de ciências, mas fica ansiosa na sala de aula, pode inscrevê-la num clube de ciências. Verá que a aprendizagem será mais fácil e divertida.
As atividades extracurriculares são uma boa maneira para as crianças desenvolverem as suas capacidades sem a pressão dos testes e outras exigências escolares. Há cada vez mais ofertas interessantes para os tempos livres, entre elas fotografia, teatro, serviço comunitário, culinária e por aí fora.
3. Incentive a atividade física
Se a criança gosta de desporto, existem atividades físicas que podem estimular os pontos fortes da criança a esse nível, aumentando a sua confiança e autoestima. O basquete ou o futebol costumam ser bastante procurados pelas crianças. Deixe-a juntar-se à equipa da escola ou a um clube desportivo.
No entanto, há que estar atento. Os desportos coletivos podem desenvolver habilidades sociais e oferecer oportunidades de orientação, mas podem também, por outro lado, ser geradores de sentimentos de ansiedade. Algumas crianças, sobretudo as que manifestam dificuldades de aprendizagem, podem sentir-se rejeitadas se não conseguirem cumprir com sucesso o mesmo que os colegas de equipa.
Se o problema persistir não deve forçar a prática de um desporto coletivo, havendo desportos individuais que podem também ser uma boa opção, tais como, andar de bicicleta, caminhadas, atletismo ou escalada. As artes marciais e a natação também podem ser boas escolhas.
4. Atividades certas para as habilidades da criança
As atividades extracurriculares podem ser um importante contributo para o desenvolvimento das crianças. Se forem do seu agrado, permitem a promoção de competências ao nível físico e intelectual, de forma natural, divertida e sem qualquer pressão. Atividades como o ioga e a dança podem, por exemplo, ajudar a desenvolver a coordenação motora, entre outros aspetos. As aulas de teatro, por outro lado, estimulam a compreensão, a leitura e a expressão. Por sua vez, o xadrez contribui para desenvolver capacidades de resolução de problemas.
5. Fique atento a um talento oculto
As crianças, por vezes, resistem em experimentar coisas novas por medo do fracasso. E essa hesitação pode ser ainda maior se existirem problemas de aprendizagem e de atenção.
Encorage a criança a experimentar uma nova atividade que lhe possa despertar interesse. Convença-a a experimentar, sem qualquer compromisso. Ao focar-se numa atividade extracurriclar poderá, quem sabe, descobrir o gosto por outras. Descobrir o prazer por uma nova atividade pode representar um grande impulso de confiança e autoestima.
6. Procure atividades que desenvolvam habilidades sociais
Crianças com problemas de aprendizagem e de atenção podem, não raras vezes, evitar o convívio. Os desafios com que frequentemente se deparam podem dificultar as interações com outras crianças. Aquelas que já foram vítimas de bullying, por exemplo, podem também oferecer maior resistência a novas amizades.
Uma atividade extracurricular é uma boa maneira de as crianças adquirirem competências sociais num ambiente mais descontraído, conhecendo outras crianças com os mesmos interesses fora do ambiente escolar. Estar com outras crianças que gostam das mesmas coisas pode ajudar a ultrapassar várias barreiras.
Artigo publicado por SEI - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
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