Dylan Farrow, filha adotiva de Woody Allen, garante que foi vítima de abusos sexuais por parte do realizador quando tinha apenas 7 anos de idade.
 
Em carta publicada no jornal “The New York Times”, a jovem detém-se, em particular, num episódio que situa no início dos anos 90.

Dylan afirma que Woody Allen a levou para o sótão da casa onde viviam e abusou sexualmente dela – facto que a então menina, hoje com 28 anos, denunciou a sua mãe, Mia Farrow, e que levou à rutura da relação do casal.

O caso foi divulgado em 1993, mas o cineasta sempre negou as acusações e nunca chegou a ser julgado.

Após anos de silêncio, Dylan Farrow decidiu escrever esta carta-denúncia, depois de o seu irmão, Ronan, ter criticado com dureza a homenagem pública feita a Woody Allen na gala dos Globos de Ouro, no passado dia 12 de janeiro.

Dylan diz na carta que o assédio do pai adotivo a perseguiu enquanto crescia e que lhe causou enormes problemas, desde desordens alimentares até graves complexos no seu relacionamento com homens.

“Cada vez que via o rosto do meu abusador, num cartaz, numa t-shirt ou na televisão, só conseguia controlar o pânico depois de encontrar um sítio onde pudesse esconder-me e ficar sozinha”, escreve Dylan Farrow.

Além disso, a jovem critica a atitude da generalidade das estrelas de Hollywood, que, em seu entender, têm “passado por cima” dos supostos abusos de Woody Allen.

“O que faria você, Cate Blanchett, se tivesse sido a sua filha? Louis CK? Alec Baldwin? E se tivesse sido você, Emma Stone? Ou você, Scarlett Johansson?”, pergunta Dylan a alguns artistas que trabalharam com Woody Allen.

O jornalista do “The New York Times” que tratou da publicação desta carta referiu que tentou falar com Woody Allen para comentar as acusações, mas que o realizador se recusou a falar sobre o assunto.