Graças a Vanessa Redgrave e a um grupo de activistas contra a guerra no Iraque, dois presos políticos britânicos de origem muçulmana vão poder reencontrar-se com as suas famílias depois de 5 anos de isolamento na prisão mais segura do mundo.

Do seu bolso, a actriz britânica pagou 17.500 euros, correspondentes a metade da fiança exigida pelo tribunal para a libertação condicional de Jamil Al Banna, de 45 anos. A restante metade, assim como a fiança de outro detido, Omar Deghayes, de 38 anos, foram angariadas em campanhas de Imprensa e acções de rua.

"É para mim uma honra fazer isto", declarou Vanessa Redgrave, uma pacifista assumida. "Guantânamo é um campo de concentração. É revoltante estes homens terem passado ali tantos anos". Considerada a prisão mais segura do mundo, a base militar de detenção da Baía de Guantânamo foi criada pelos Estados Unidos em 2002 para alojar pessoas acusadas de terrorismo, prisioneiros de alto risco em trânsito e combatentes inimigos capturados. Estão presas em Guantânamo cerca de 400 pessoas.

Os dois prisioneiros agora libertados sob fiança não ficarão, realmente, em liberdade plena - apenas desfrutarão de alguns dias com a família, sob forte vigilância policial. Pendem sobre eles mandados internacionais que obrigarão as autoridades americanas a extraditá-los para Madrid. Aí, à sua espera, estará o célebre juiz espanhol Baltasar Garzon, que os julgará por crimes relacionados com a Al Qaeda.