O caso que envolveu o dono de um restaurante no Cais do Sodré, numa cena de violência com um grupo de jovens tem feito correr muita tinta nos jornais e muitos comentários nas redes sociais.

Uma das figuras que quis dar a sua opinião relativamente ao caso foi Nuno Markl. Para o efeito publicou na sua página de Facebook um cartoon da sua autoria (ver na galeria acima), com a seguinte descrição: “Um indivíduo racista e xenófobo tenta dar uma opinião sobre o que se passou em Santos, no Palácio do Kebab”.

No entanto, nem todos os seus seguidores receberam bem esta crítica e teceram vários comentários negativos relativamente à publicação.

“Ó Nuno estás cada vez mais ofensivo e com menos piada... ofender os que ofendem / criticar os que criticam não deixa de ser o mesmo. Agarra-te às cenas da Comercial que o resto está a decair muito rapidamente”, lê-se numa das críticas.

No entanto, o humorista decidiu responder de forma irónica a este mesmo comentário: “Peço desculpa por ter ofendido os sentimentos dos xenófobos e racistas, que são pessoas de bem”, escreveu.

Mas não se ficou por aqui. Em resposta a outros seguidores, Nuno revelou uma certa incompreensão às críticas: “Uma questão: as pessoas que estão ofendidas com este meu rabisco, estão ofendidas exatamente com o quê? Sem ironias. Gostava que me explicassem. É com o seu direito à xenofobia e racismo?”, perguntou.

“Mas aqui juro que não percebo a questão. É quase como se houvesse pessoas ofendidas por eu lhes ter tocado nos seus queridos racismo e xenofobia. Mas eu julgava que isso eram coisas más! Daquelas que mesmo que as pessoas tenham, não assumem que têm. Daí os comentários que começam com ‘eu não sou racista, mas’”, acrescentou.

A dúvida foi esclarecida por um seguidor que contestou a “associação (pouco) subtil entre o racismo, a xenofobia e o futebol, numa combinação perigosa entre o raciocínio neandertal e jogar à bola”.

Markl explicou a situação: “Eu sou um simplório. Mas eu explico: é que o futebol é sempre uma bela fuga e, no fim de contas, o assunto prioritário e generalizado de debate e uma paixão coletiva para lá da opinião sobre a sociedade moderna. Uma coisa está certa: não quis escrever 'então e o nosso Benfica' ou 'então e o nosso Sporting' ou 'então e o nosso Porto', porque - creio que é da idade - não me apetece merda”, terminou.