A família real da Bélgica não vive dias fáceis. O filho mais novo dos reis eméritos, Alberto II e Paola, foi denunciado pelo fundo soberano da Líbia, Libyan Investment Authority, que o acusa de fraude, extorsão e tráfico de influências, após o príncipe tentar recuperar fundos de um projeto de reflorestação no deserto da Líbia que não avançou.

Entretanto, o irmão do rei Philippe já reagiu à notícia, que qualificou como "uma parvoíce".

"É muito simples: a Líbia tem que devolver à minha fundação 50 milhões de euros e não querem fazê-lo. Demonstrou-se que a Líbia se enganou nove vezes seguidas neste arquivo, pelo que agora me atacam pessoalmente de forma ridícula", afirmou o príncipe Laurent em declarações ao jornal belga Het Laatste Nieuwha.

O fundo soberano da Líbia também já se pronunciou através de um dos seus advogados. "Alegamos que o príncipe Laurent usou uma influência indevida para tratar de pressionar o nosso cliente para que lhe pagasse uma grande soma em dinheiro por uma disputa que acreditamos que não tem nada a ver com o nosso cliente", refere o comunicado.

De recordar que este conflito não é recente. Remonta a 2010, quando a Líbia terminou unilateralmente a cooperação com a fundação Global Sustainable Development Trust, liderada pelo príncipe, que quatro anos mais tarde exigiu a devolução do montante investido. Entre os planos conjuntos que tinham encontrava-se a reflorestação do deserto da Líbia e estima-se que, para este projeto, a fundação desembolsou cerca de 50 milhões de euros. A justiça belga deu razão à Global Sustainable Development Trust e considerou que esta tinha direito a um reembolso, mas não foi emitida qualquer sentença que obrigasse a que esta decisão fosse vinculativa.