Em 2017, Tess Barker e Babs Gray só se queriam divertir com a rede social da intérprete de "Oops! ... I Did It Again".

Mas estas comediantes americanas ficaram intrigadas com o mecanismo legal que deu ao pai de Britney Spears em 2008 o poder de decidir quase todos os aspectos da sua vida, após uma série de comportamentos erráticos da artista que os paparazzi ajudaram a divulgar.

"E tornou-se um podcast de investigação, intitulado 'Toxic' ", diz Barker.

Com a sua colega, mergulharam em audiências jurídicas sobre o assunto para encontrar pistas sobre o que estava por detrás disso.

Em 2019, Britney Spears desapareceu das redes sociais e as comediantes receberam uma mensagem de áudio alarmante: a estrela havia sido internada à força numa clínica psiquiátrica. O informante disse ser ex-membro de uma empresa que também administra a tutela.

O próximo episódio do podcast, intitulado "#FreeBritney" (Free Britney), viralizou à escala global.

A hashtag permanece ativa depois de ter sido usada meio milhão de vezes quando Britney Spears deu um testemunho explosivo no final de junho.

"Traumatizada" e "deprimida", ela afirmava não ter poder para decidir sobre as suas amizades, as suas finanças e até mesmo sobre a sua vontade ou não de conceber um filho.

O lema também é usado em cartazes nos protestos pró-Britney durante audiências sobre o caso no tribunal de Los Angeles e em manifestações em outras cidades.

"Há muitas pessoas envolvidas no movimento #FreeBritney que nem ouvem as suas músicas", disse Babs Gray.

Associações de vulneráveis, defensores dos direitos civis e advogados juntaram-se à causa, o que já é uma grande vitória para Jordan Miller, que dirige o site de fãs BreatheHeavy e assina posts com o FreeBritney desde 2009.

“Foram anos a escrever sobre isso, a falar sobre isso, para que o mundo visse o que eu vejo há muito tempo”, diz este homem.

“O final feliz seria se Britney Spears pudesse um dia desfrutar das mesmas liberdades a que todos têm direito”, conclui Tess Barker.

E na quarta-feira, a cantora deu um primeiro passo: um juiz autorizou-a a escolher, pela primeira vez em 13 anos, o seu próprio advogado para tentar anular a tutela, que a priva de grande parte da sua autonomia.