O antigo director da SIC Emídio Rangel anda com pouca sorte. Primeiro, foi assaltado em pleno centro de Lisboa, perdendo um relógio Franck Muller avaliado em mais de 15 mil euros. Dias depois, o Supremo Tribunal de Justiça determinou que Rangel tem de pagar 14 mil euros de indemnização ao jornalista Paulo Camacho.
O episódio do assalto ocorreu há 10 dias, quando Rangel caminhava pela Avenida da Liberdade, em Lisboa. Dois homens de mota pararam ao pé dele e pediram-lhe uma informação em espanhol.
O jornalista nem sequer teve tempo de acabar de dar as referências: num piscar de olhos, os ladrões arrancaram-lhe o relógio do pulso e fugiram a toda a velocidade.
"Perguntaram-me onde ficava o El Corte Inglés. Apontei a direcção com o braço direito e, numa fracção de segundos, um deles meteu dois dedos entre a bracelete e o meu pulso e arrancou-me o relógio", contou Rangel ao jornal "24 Horas".ZANGA COM CAMACHO
E como um azar nunca vem só, esta semana o Supremo Tribunal de Justiça confirmou a sentença que obriga o antigo director da SIC a indemnizar Paulo Camacho - ex-jornalista na mesma estação e actual director de comunicação da Zon Multimédia - por danos morais.
Em causa está uma crónica publicada em 2004 no "Jornal de Negócios" em que Emídio Rangel acusava Paulo Camacho de fazer publicidade encapotada no programa "TV Turbo", da SIC Notícias.
Na altura, Paulo Camacho respondeu a Rangel com outro artigo, em que referia que o antigo director de SIC "destilava ódio" e "insultava" a classe jornalística, e avançou com um processo judicial em que pedia uma indemnização de 250 mil euros por danos morais.
Em 2007, o tribunal deu razão a Paulo Camacho, condenando Emídio Rangel a pagar uma indemnização de 14 mil euros. A sentença foi agora confirmada pelo Supremo Tribunal num acórdão de 4 de Novembro, que rejeitou o recurso entretanto apresentado por Rangel.INIMIGOS JUNTOS
Apesar da zanga, Rangel e Camacho vão ter de se aturar no trabalho. O ex-director da SIC está a tratar da candidatura da ZON ao quinto canal de televisão e é nessa mesma empresa que Paulo Camacho desempenha funções de porta-voz.
Rangel tem gabinete na sede da empresa, em Lisboa, precisamente no mesmo edifício onde trabalha Paulo Camacho.
O ex-jornalista da SIC confirmou à imprensa a informação, mas não quis revelar se já se cruzou com Rangel no local de trabalho.
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