Eduardo Madeira não poderia estar mais feliz com seu mais recente projeto. O comediante lançou o livro 'O Infame Dicionário Cómico de Língua Portuguesa' no qual sugere uma série de significados para milhares de palavras que fazem parte do dia a dia de qualquer um.

O Fama ao Minuto esteve à conversa com o humorista que nos falou não só sobre este projeto, mas também acerca da forma como viveu o confinamento e todas as mudanças consequentes da pandemia.

"O 'Dicionário Cómico' é aquilo que o próprio nome indica. É um dicionário alternativo em que as definições pretendem ser engraçadas, ter piada, estimular os neurónios, fazer sorrir ou pensar até. É um dicionário visto pela ótica de um comediante. Não pretende ser algo exaustivo. Comecei por fazer com 3.000 entradas e acabei por reduzir para 1.500, porque ninguém tinha paciência", notou.

Eduardo explica que teve esta ideia quando encontrou um livro parecido na biblioteca de um familiar há algum tempo. Tendo sido o responsável por todas as definições, acabou por confessar que umas foram mais simples do que outras. "Há umas que são mais difíceis, como por exemplo o amor. Na verdade não tem uma explicação. Tinha de falar de uma forma espirituosa, engraçada, mas sem me afastar do verdadeiro significado".

O humorista revelou-se ainda feliz com a reação do público ao livro, dizendo que este se tornou até numa espécie de jogo de tabuleiro em família.

Um confinamento desconfortável

Quando questionado em relação à forma como viveu o confinamento devido à pandemia de Covid-19, Eduardo não dourou a pílula, partilhando as dificuldades por que passou.

"Não foi muito fácil porque sou muito irrequieto. Foi um período complicado para mim", lamentou.

"Há uma coisa no meio disto tudo, que é a frase chave e que a mim me provoca urticária natural, que é o distanciamento social. O homem é um animal social, faz parte da nossa essência, até os animais andam em grupo. Todos nós precisamos de falar com o outro, ouvir coisas agradáveis, rir, amar, beijar, abraçar e até discutir e ralhar. Não naquela vertente das redes sociais que é uma coisa absolutamente fantasmagórica. Ninguém discute nenhum assunto cara a cara com a violência que vemos nas redes sociais. E é por isso que o distanciamento social a mim me faz muita impressão. Cada vez que ouço a palavra, mesmo sabendo que faz sentido neste contexto, fico eriçado, como aqueles gatos, porque a pior coisa que nos podem fazer é obrigarem-nos a ter distanciamento social".

Os espetáculos

Além do livro, o comediante conta-nos também que voltou à estrada com o espetáculo 'Eduardo Madeira Convida'. "A minha ideia é que isto dure muito tempo. Vejo as pessoas a rirem-se tanto e com tanta necessidade de se libertarem um bocado que acho que vou fazer isso por mim e por elas. Depois estou a preparar coisas para a RTP, mas ainda estou na fase da escrita".

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