Dalila Carmo fala sobre o reconhecimento do trabalho daqueles que vivem no mundo da fama.

"É bom quando reconhecem o nosso trabalho. É mau quando somos apenas alguém famoso e que aparece na televisão. Ser se famoso ou "reconhecido" por aquilo que fazemos não é uma profissão.Como já devem ter notado, os mais atentos e sensíveis à questão, gosto de me guardar e de fazer a minha vida normalmente, sem me expôr demasiado ou sem aparecer sem contexto. Gosto desse espaço. Gosto de viver com liberdade sem a constante ameaça da exposição. Gosto que sigam o que faço eque pode ser valorizado, sem vaidade e necessidade de "aparecer" como validação da minha existência. É um protagonismo que dispenso. Quando me dizem "gostei de a ver neste ou naquele trabalho", ou "gosto de acompanhar o que faz", é diferente das pessoas que aleatoriamente nos reconhecem e indiscriminadamente só pelo facto da televisão nos expor. Esses efeitos colaterais são menos agradáveis. Há pessoas que não tem essa noção. Da mesma maneira que muitas se vangloriam doutra questão ainda mais idiota: "eu não vejo televisão!", como se o ator fosse essa espécie de palhaço (sem qualquer conotação pejorativa em relação a essa profissão maravilhosa que é ser palhaço!) que se limita a aparecer apenas no contexto televisivo. Quando alguém diz que não conhece o nosso trabalho porque não vê televisão, está também a dizer que não vê teatro, cinema e todas as formas onde a nossa arte melhor se exprime. Essa pessoa é um ignorante mascarado, que só consegue sublinhar essa alienação em relação a todo o nosso meio e àquilo que sabemos fazer melhor, construir personagens onde eles se revejam, com os quais se identifiquem. Porque nas personas que construímos há espaço para os atentos e para os zombies, para a educação e para os mais bregas, para o equilíbrio e para o desequilíbrio. O mundo é uma inspiração tendo em conta que toda a matéria que nos rodeia, é uma ferramenta de trabalho preciosa", escreveu a atriz no seuFacebook.

Dalila aproveitou a publicação para falar do seu próximo trabalho.

"O meu próximo trabalho, do qual voltarei em breve com mais novidades, é uma ‘homenagem’ a esses parasitas. Bem hajam, seres sem consciência! São tão necessários como os seres que realmente constroem a nossa sociedade.Nada se perde, tudo se transforma. E o resto é a história e o que fica....o que fica na memória das pessoas. As P E S S O A S. Que complexa é a humanidade", concluiu.