A exposição "Leonardo da Vinci. Observa. Questiona. Experimenta" mostra-nos a figura para além do génio, centrando-se no seu traço de pensamento mais importante: a sua insaciável curiosidade. Também comemora o quinto centenário da morte de Leonardo da Vinci (1452 – 1519).

Este projeto vai mais além de uma simples exposição. Encarado como uma experiência para os visitantes, combina espetáculo audiovisual, exibição de maquetes à escala real no exterior, jogos e realidade aumentada, para estabelecer a relação de uma das mentes mais brilhantes da história da humanidade com a nossa vida quotidiana.

Leonardo da Vinci foi pintor, escultor, desenhador, engenheiro, arquiteto, urbanista, naturalista, anatomista, músico, filósofo e inventor, um autêntico polímata cujas ideias continuam a ser hoje, quinhentos anos depois, modernas e precursoras.

Da Vinci passou os últimos três anos da sua vida em França, onde trabalhou como engenheiro do rei Francisco I. Atualmente, o Palácio de Clos Lucé, onde viveu, na localidade de Amboise, alberga o Parque de Leonardo da Vinci, um centro de referência para o conhecimento e divulgação do seu legado.

Mais de dois anos de trabalho de uma equipa multidisciplinar

A criatividade de Leonardo da Vinci nasceu de uma inquietude intelectual, de uma curiosidade universal e de uma capacidade de se deslumbrar, herdada da infância. Leonardo alcançou o conhecimento de uma forma diferente da dos seus contemporâneos.

Usou um método baseado na observação, experimentação e analogia, que punha em causa as teorias imutáveis e as ideias adquiridas.

O que o projeto Leonardo da Vinci. Observa. Questiona. Experimenta pretende é, precisamente, relacionar esse método de trabalho com a nossa vida quotidiana, através de uma linguagem contemporânea e próxima do público mais jovem, com o principal objetivo de estimular a criatividade e fomentar a curiosidade.

Para isso, a Fundação ”la Caixa” precisou de dois anos e meio de trabalho e de uma equipa multidisciplinar, formada por especialistas em Leonardo da Vinci, arquitetos, engenheiros, guionistas, realizadores, designers, programadores de jogos multimédia e especialistas em realidade aumentada.

O resultado é uma experiência surpreendente que se desenrola em dois espaços distintos: um interior e outro exterior.

Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci créditos: Fundação ”La Caixa”

Uma exposição que se prolonga na rua e no mundo virtual

No espaço interior da exposição, os visitantes poderão aprofundar a forma como Leonardo pensava. Uma grande projeção audiovisual, expressamente produzida para a exposição, dá as boas-vindas aos visitantes, apresentando-lhes um dia normal das suas vidas sob a lente de Leonardo.

Os visitantes encontrarão também sete jogos interativos (analógicos e digitais) que lhes permitirão compreender, experimentar para criar, e descobrir, através das obras de Leonardo nas mais variadas disciplinas do conhecimento, o denominador comum da inteligência e da sensibilidade:

  • «Um segredo em comum» convida a associar elementos que aparentemente não estão relacionados.
  • A partir de quatro retratos femininos de Leonardo, «É ou não é?» pede aos visitantes que foquem o olhar num ponto para treinarem a sua capacidade de observação.
  • «Por trás da sombra» aborda os conceitos de luz e sombra, um dos grandes traços distintivos da obra de Leonardo, e mostra a importância de pensar com as mãos: tocar para saber.
  • «Desconexão» põe em prática a capacidade de decompor objetos complexos em vários elementos que têm uma determinada função no todo ou que têm forma semelhante.
  • «Um circuito de engenho» é um jogo de equipa que mostra alguns mecanismos criados por Leonardo da Vinci e que reforça a ideia de colaboração e trabalho em equipa, que está na base dos avanços na ciência e na tecnologia.
  • «Ação automática» baseia-se na experimentação física de uma série de mecanismos que proporcionam diferentes movimentos.
  • «O caderno de Leonardo» põe à prova a capacidade de observação e retenção visual através de obras do génio, ao mesmo tempo que expõe algumas lições extraídas do seu Tratado de Pintura.

A interação continua no exterior, com a exibição de quatro maquetes à escala real. Trata-se de interpretações fiéis dos desenhos originais de Leonardo da Vinci, construídas com materiais dos nossos dias. Para a sua criação, foi utilizada tecnologia de ponta e a colaboração de uma equipa de engenheiros especializados na construção de robôs e protótipos.

Leonardo da Vinci. Observa. Questiona. Experimenta

De 8 de setembro a 6 de outubro de 2021

Exposição instalada na Praça Gomes Teixeira, Porto

Horários de visita:
De segunda a sexta
Escolas: 9h00 – 12h00 e 14h30 – 16h30
Público em geral: 12h00 – 13h30 e 16h30 – 20h30

Fins de semana e feriados
10h00 – 13h00 e 16h30 – 20h30

Parafuso aéreo. Não se trata de uma máquina voadora, mas sim de uma exploração teórica que demonstra que a forma do parafuso de Arquimedes pode ser útil para vencer a densidade do ar. Considera-se, de certa forma, que este esboço representa o primeiro protótipo do atual helicóptero.

Homem de Vitrúvio. Inspirado na obra do arquiteto romano Vitrúvio, este famoso desenho acompanhado de notas anatómicas é um estudo das proporções do corpo humano. Constitui uma demonstração gráfica da perfeição geométrica do corpo humano, que tanto pode caber num círculo como num quadrado, aplicável à arquitetura.

Máquina voadora. Embora se tenha inspirado no voo das aves, Leonardo nunca desenhou as asas desta máquina. Desenhou apenas estruturas criadas com canas e cordas, que serviram de inspiração para a invenção da asa delta. Para reconstruir o modelo completo, foram utilizados desenhos de vários códices.

Barco de pás. Leonardo ambicionava aumentar a velocidade dos remos, reduzir o número de homens necessários para fazer deslocar o barco e conseguir espaço para carga. Pode ser considerado um antecessor dos barcos de pás do Mississípi.

Por último, a realidade aumentada faz a sua aparição na exposição com a aplicação gratuita Leonardo CaixaForum (descarregável a partir da Apple Store e da Google Play Store), desenhada como ferramenta de interpretação.

Através da leitura dos códigos QR existentes na exposição, os visitantes poderão ver como seriam as maquetes com os materiais originais da época (ferro, madeira, corda, couro, linho) e quais seriam os seus movimentos, tal e qual Leonardo imaginou.