Lyubov Morekhodova tem 76 anos e vive sozinha na Sibéria desde 2011, altura em que o marido morreu. Apesar da idade avançada, não é uma pensionista comum, pois não só sobrevive diariamente às temperaturas gélidas da sua região, como ainda aproveita para se dedicar a uma das suas atividades prediletas, a patinagem no gelo. Uma paixão antiga. Foi com sete anos de idade que Lyubov Morekhodova aprendeu a patinar.

Agora, que se reformou, passa os seus dias a deslizar sobre o gelo do lago Baikal, um dos mais profundos do mundo. Aposentada da carreira de engenharia eletrotécnica vive, com um gato, numa casa modesta, rodeada de cães, galinhas, galos, bezerros, touros e vacas. A sua única companhia. Lyubov Morekhodova acorda todos os dias às 05h30 para os alimentar e para levar os bovinos a pastar numa colina próxima.

Para os controlar e para se certificar que os animais não se perdem, a antiga engenheira encurta as distâncias, deslizando através do lago com seus os patins, que datam de 1943. Durante o verão, recebe a visita dos netos e sobrinhos, que lhe reduzem a solidão. No entanto, não obstante os esforços da família para que Lyubov Morekhodova se mude para a cidade, a idosa insiste em ficar onde, diz, sentir-se "feliz e realizada".