O coordenador do Movimento Cívico Direito a Morrer com Dignidade defendeu que os cuidados paliativos e a eutanásia “não são antagónicos”, citando um estudo na Bélgica em que a maioria dos que anteciparam a morte tiveram estes cuidados.
Mais de 100 pessoas concentraram-se hoje na Praça D. João I, no Porto, para mostrar um 'cartão vermelho' e dizer "não" à eutanásia, defendendo que Portugal deve cuidar e não matar.
O parlamento reforçou, desde as legislativas de 2019, as bancadas dos partidos mais favoráveis à despenalização da eutanásia e perdeu deputados nas que são contra, mas, a dias do debate, ninguém arrisca antecipar resultados.
A Assembleia da República debate e vota, na generalidade, na quinta-feira, os cinco projetos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal.
O parlamento viveu, em 28 de maio de 2018, três horas de debate intenso sobre um tema que dividiu direita e esquerda, e às 18:25 foi anunciado o “chumbo” dos projetos de despenalização da eutanásia.
O presidente da Associação de Médicos Pelo Direito à Saúde (AMPDS) defendeu hoje que o “objetivo último” da Medicina “não é a manutenção da vida a qualquer custo”, mas a promoção de bem-estar e a eliminação do sofrimento.
O caso do tetraplégico espanhol Ramón Sampedro colocou o debate sobre a eutanásia nos ecrãs do mundo, através do filme “Mar Adentro”, e levou a discussão do cinema e das televisões para as ruas.
A bancada do PSD regista ainda muitos indecisos quanto à votação das iniciativas sobre a despenalização da eutanásia, sendo as posições favoráveis do presidente Rui Rio e do primeiro ‘vice’ Adão Silva minoritárias na direção do grupo.
O Grupo de Trabalho Inter-Religioso Religiões Saúde (GTIR) decidiu não tomar uma posição sobre o referendo à eutanásia porque “há sensibilidades diferentes” dentro da plataforma, afirmou hoje o porta-voz do grupo, José Nuno Silva.
O ex-Presidente da República Cavaco Silva manifestou-se hoje contra a despenalização da eutanásia, considerando que é “um grave erro moral”, e defendeu a realização de um referendo, numa declaração à Rádio Renascença.
O Grupo de Trabalho Inter-Religiosos (GTIR) afirmou hoje que a legalização da eutanásia constituiria um “tremendo e grave ato de demissão coletiva” face aos “mais vulneráveis” e um “atentado aos seus direitos fundamentais”.
Mais de 400 profissionais de saúde assinaram uma petição pública pela despenalização da morte assistida, lançada pelo Movimento Cívico Direito a Morrer com Dignidade, foi hoje anunciado.