O equipamento, que permitirá reforçar os hospitais portugueses, está nesta fase a ser testado em animais. O SYSVent OM1, assim que se chama o ventilador, está a percorrer os passos necessários à certificação de acordo com a Diretiva de Dispositivos Médicos Europeia.

Este equipamento cumpre os requisitos exigidos, nomeadamente administração e controle de mistura de Oxigénio, controle por Pressão e Volume, quer em modo de controlo mandatório quer em modo assistido, pelo que poderá em breve reforçar os hospitais de todo o país. De resto, é um ventilador desenvolvido especificamente para cuidados intensivos.

Nesta fase, os trabalhos estão a decorrer em parceria com o CCEA, que nos últimos 15 anos tem recebido cirurgiões de todo o mundo para desenvolverem as suas capacidades em cirurgia laparoscópica e minimamente invasiva, com muitos dos procedimentos a serem transmitidos ao vivo e com possibilidade de treinar em tecidos vivos ou peças anatómicas no laboratório experimental, equipado com 10 unidades de vídeo cirurgia.

O CCEA tem também procurado estabelecer parcerias com a indústria para a criação e aperfeiçoamento de instrumentos, adaptando-os às necessidades dos profissionais. Entre outras especificações, as instalações de Vila do Conde contam com um biotério com capacidade para 25 animais, instalações para alojamento com recobro de suínos, bovinos e ovinos e instalações para alojamento de ovinos, em estábulo.

“Tenho acompanhado de perto todos os trabalhos, mas a visita de hoje ao CCEA é essencial para ficar a conhecer melhor o trabalho excecional que conseguimos desenvolver em tempo recorde em Portugal quando a medicina, a ciência e as empresas se juntam para criar algo de que o nosso país precisa. A primeira onda da pandemia está a ser ultrapassada, mas seja para uma segunda onda, seja para reforçar efetivamente a capacidade de resposta dos nossos cuidados intensivos, a necessidade de ventiladores específicos para cuidadosintensivos continua a ser muito importante”, destaca o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

O ventilador, da autoria da empresa SYSADVANCE, começou a ser desenvolvido na sequência de um contacto feito pela Ordem dos Médicos e pela Associação Empresarial de Portugal, no âmbito da iniciativa SOS Coronavírus, que está a implementar no terreno outros projetos para reforçar a capacidade de resposta do SNS, nomeadamente identificando necessidades de infraestruturas, equipamentos e materiais.

A SYSADVANCE tem vindo a trabalhar com uma equipa especializada em Cuidados Intensivos da Ordem dos Médicos, para desenvolver o SYSVent OM1. Uma das vantagens deste equipamento, é que a SYSADVANCE é uma empresa especializada no desenvolvimento e produção de sistemas de geração de Oxigénio Medicinal insitu, sendo certificada pela SGS Bélgica de acordo com a ISO 13485 – Sistema de Gestão da Qualidade para Dispositivos Médicos. É atualmente a única empresa portuguesa que ostenta este nível de certificação para desenvolvimento e produção de Dispositivos Médicos da Classe IIb – Suporte de Vida.