Em entrevista à agência Lusa, Luísa Maria Vieira Peixe, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e responsável pelo projeto, denominado MicroMundo@Uporto, afirmou hoje que este surgiu da necessidade de “consciencializar as pessoas para o problema da resistência aos antibióticos”.
“Os estudantes vão contribuir para a resolução de um problema real, que é a descoberta de novos antibióticos, de modo a podermos ultrapassar aquilo que é a ameaça associada ao aumento da resistência aos antibióticos”, frisou.
Através de uma estratégia pedagógica designada “aprendizagem e serviço”, 45 estudantes do mestrado integrado em Ciências Farmacêuticas da FFUP e do mestrado em Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) vão “captar a atenção dos mais jovens para as ciências”.
Ao projeto associaram-se, por isso, 180 alunos do Agrupamento de Escolas Carolina Michaelis e da Escola Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto, que vão “acompanhar” o trabalho experimental desenvolvido pelos universitários e adquirir, de forma prática, novos conhecimentos.
“Esta iniciativa atua fora do contexto universitário, o que permite aproximar a instituição à sociedade, uma vez que são os estudantes que vão às escolas transmitir o conhecimento relacionado com a resistência aos antibióticos e tentar despertar nos jovens o conhecimento pela diversidade microbiana”, esclareceu.
Segundo a docente, o projeto, que “sai das instalações da faculdade” este mês, pretende ainda aumentar a “autonomia, planeamento e capacidade de tomada de decisões” dos estudantes universitários na realização de trabalhos de investigação.
O MicroMundo@Uporto, que foi um dos dez projetos da Universidade do Porto distinguidos na 3.ª edição do concurso Projetos de Inovação Pedagógica, pretende tornar “os estudantes mais participativos, criativos e ativos no processo de aquisição de conhecimentos”, disse, em declarações à Lusa, o pró-reitor da inovação da UP, João Veloso.
“O fio condutor destes projetos é estimular a participação ativa dos estudantes e dos docentes no processo educativo. É gratificante ver que é cada vez maior o número de docentes que se empenham a fundo na criação de novos projetos, o que demonstra também um grande interesse em se atualizarem”, sublinhou João Veloso.
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