A mudança é essencial. Estamos a defender os cuidados integrados há muitos anos. O caminho, para uns, está mais próximo da visão de S. Tomé: “ver para crer”, enquanto outros estão esperançados nas soluções que anunciam uma prestação integrada e personalizada de cuidados de saúde a todos os cidadãos. Não se mudam sistemas sem se mudarem as estruturas organizacionais, sem existir investimento nos recursos humanos e sem mentalidades abertas.
Os modelos teóricos de gestão apontam caminhos e até são validados pela sua aplicação em outros casos de sucesso. Assim é, pois, não se propõem mudanças desta profundidade sem haver consciência da necessidade. E a integração de cuidados é desejada por quase todos. Mas é preciso ir mais além do desejo e da esperança.
Para a mudança, deve haver um investimento adequado, uma cooperação alinhada entre os envolvidos e uma partilha transparente de informação segura entre as várias estruturas organizativas que confluem — hospital, saúde de proximidade, rede social. Acrescem os processos comunicacionais, que são essenciais e devem ser sensíveis à disrupção provocada pela mudança em tempo de crise, assim como objetivos e estratégias claras para todos, que permitirão às equipas entrar nos corredores da mudança e sentir as mais-valias.
O tempo é propício, pois, temos as organizações, os profissionais de saúde e do social, assim como utentes, a precisar de uma visão transversal, holística, integradora da navegabilidade do paciente no sistema. O cruzamento do caminho do cidadão na saúde e na doença, e com todos os fatores sociais que isso implica, exigem medidas políticas, económicas e sociais que combinam a fé de acreditar e a verificação monitorizada de forma cirúrgica da realidade pretendida. Assim seja.
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