Fernando Araújo, que falava na apresentação de resultados da fase experimental deste programa, em vigor há um ano no Centro Hospitalar de São João, afirmou que foram ultrapassadas “todas as expectativas”.

“Temos mais dadores, mais órgãos que foram recolhidos e sobretudo mais doentes que foram transplantados, do que era expectável há um ano”, sublinhou.

O secretário de Estado salientou que, “felizmente, 30 doentes foram transplantados, melhorando a sua qualidade e quantidade de vida”.

“Com este programa e face ao seu elevado sucesso, reconhecido por todos, vamos agora alargar a Lisboa ao central e Lisboa norte, de forma a aumentar a capacidade nacional de recolha de órgãos”, acrescentou.

Fernando Araújo disse ainda que no final do próximo ano, quando for feito o balanço do programa em Lisboa, será avaliado o seu alargamento à região centro.

“Face à sua densidade populacional, Lisboa é, agora, o nosso grande objetivo”, frisou, referindo que a população abrangida por este programa passa a ser de três milhões.

O protocolo subscrito há um ano pelo Centro Hospitalar de São João, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) envolveu, além do São João, os hospitais de Gaia, de Matosinhos e o Santo António (Porto).

Com o seu alargamento a Lisboa, passam a integrar o programa os hospitais de Santa Maria, São José, São Francisco Xavier, Garcia de Orta, Cascais, Almada e Loures.

“É verdade que temos dos melhores indicadores de saúde a nível mundial, mas temos sempre áreas que podemos melhorar, e esta é uma delas”, disse o secretário de Estado.

Em declarações aos jornalistas, o coordenador deste programa, Roberto Roncon, salientou que “no Hospital de São João, estes 30 transplantes representam 40% da atividade de transplantação renal do hospital, somando os dadores vivos, os dadores em morte cerebral e os dadores em paragem cardiocirculatória”.

“Começamos por aquilo que é menos complexo, em termos logísticos e de resultados. É fácil perceber que se um transplante renal não tiver sucesso, isso não põe em risco a vida imediata desse doente”, mas as perspetivas futuras, segundo Roberto Roncon, são “a expansão da atividade deste tipo de dador em paragem cardiocirculatória para o fígado e para o pulmão”.