Marie-Paule Kieny confirmou à imprensa que os Hospitais Universitários de Genebra (HUG) pararam os testes clínicos da vacina esta manhã, falando numa conferência de imprensa realizada no quadro do encontro de alto nível sobre a construção de sistemas de saúde resilientes nos países afetados por Ébola.

De acordo com a responsável, os médicos dos HUG preferiram suspender o estudo algumas semanas devido a dores imprevistas nos dedos em alguns dos 50 voluntários que foram vacinados até hoje.

"Houve um fenómeno imprevisto. Alguns voluntários tiveram pequenas inflamações nas articulações dos dedos. Portanto, houve uma decisão que é melhor para a segurança deles", declarou.

Por outro lado, esta pausa vai permitir aos médicos compreender, analisar a razão das dores e observar a sua frequência. "É uma pausa para compreender o que se trata e logo recomeçar", disse.

Para a diretora adjunta, foi um problema imprevisto, mas no fundo não é algo novo porque acontece em caso de infeções virais.

"Não estou preocupada. Não é um passo atrás. O ensaio foi realizado de acordo com as medidas de seguranças e boas práticas médicas", declarou.

Inicialmente, os ensaios deviam durar até a próxima semana, parar durante as festas de fim de ano e ser retomados em janeiro. No entanto, Dr. Marie-Paule indica que os ensaios deveriam recomeçar em janeiro.

"Do ponto de vista do tempo, o resultado desta pausa é um atraso de uma semana em relação ao calendário inicial. E esperamos que os ensaios sejam retomados como previsto", declarou.

Neste momento, há duas vacinas experimentais que são as principais candidatas aos testes, a vacina da Merck-Newlink, avaliada em Genebra e a vacina da empresa farmacêutica britânica GSK estudada em Lausana, com a qual não houve problemas.