"O que mais preocupa o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) é que os doentes tenham um espaço para decisão clínica e que não haja necessidade de permanecerem, ainda que por curtos espaços de tempo, no corredor do serviço de urgência", afirmou hoje à agência Lusa o presidente, Frankelin Ramos.
O mesmo responsável adiantou que a "reformulação estrutural e de humanização" da urgência médico-cirúrgica de Viana do Castelo "vai ser feita faseadamente".
"Vai ser um período muito difícil, mas estou em crer que o cronograma que está estabelecido vai permitir que haja o menor incómodo possível para os doentes", frisou Frankelin Ramos.
De acordo com o administrador da ULSAM, a intervenção naquela urgência, "por onde passam, por ano, 70 mil doentes" e que é "reclamada há cerca de uma década", estará concluída "até agosto".
"O projeto de requalificação global do serviço de urgência é um projeto grande, na ordem de 1,2 milhões, que vem de longe, mas que só agora, com esta equipa do Ministério da Saúde, foi possível levar a bom porto. Já foi apresentado, muitas vezes, a outros ministros que antecederam o atual, mas sem sucesso", frisou.
A intervenção começa, na segunda-feira, com a criação da unidade de decisão clínica que vai dispor de 25 camas. Aquele serviço vai ser instalado no espaço até agora ocupado pela central de colheitas de sangue, relocalizada para outra área do hospital, num investimento de 100 mil euros.
"As obras vão decorrer durante três semanas e passam pela readaptação do espaço que, posteriormente, será integrado na urgência como Unidade de Decisão Clínica. O objetivo é para reduzir ao máximo ou acabar com os doentes, em macas, no corredor do serviço", explicou.
Além da "humanização", a empreitada visa "criar uma urgência de acordo com o nosso tempo".
"É uma urgência que está assim desde o início, desde 1984. Tem sofrido pequenas alterações, mas nunca houve uma reformulação de fundo e isto mais permitir modernizar o serviço", frisou.
Segundo dados do administrador da ULSAM trabalham atualmente no hospital de Santa Luzia 289 médicos e 644 enfermeiros.
Além da requalificação da urgência daquele hospital a ULSAM vai investir, até 2018, mais de 2,6 milhões de euros na modernização tecnológica "para ligar, em rede, toda a estrutura da ULSAM".
Aquela unidade local de saúde integra os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima, 13 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente superior a 250 mil pessoas. No total a ULSAM emprega mais de 2.500 profissionais, entre eles, 501 médicos e 892 enfermeiros.
"É uma obra de grande futuro para a ULSAM e que colocará a ULSAM senão à frente, em pé de igualdade com muitas instituições de saúde que, hoje, já dispõem destas estruturas", disse.
Revelou que aquele investimento "vai permitir uma articulação mais ativa entre todas as estruturas da ULSAM e permitir que muitos projetos sejam acelerados", apontando os casos da "telemedicina, da articulação entre centros de saúde e hospitais na elaboração do processo clínico único, da facilidade na marcação de consultas nos centros de saúde com médicos hospitalares, na medicina física de reabilitação", entre outras áreas.
"Estou convencido de que a ULSAM não será a mesma coisa depois disto estar implementado. Será o exemplo de uma verdadeira unidade local de serviços de saúde integrados", destacou.
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