A ULS da Guarda anunciou, na segunda-feira, em comunicado enviado à agência Lusa, que foi "temporariamente ajustada a oferta assistencial" no Hospital de Sousa Martins com a redução de 16 camas em vários serviços e o encerramento da Unidade de Cuidados Intermédios de Cardiologia.

"A mim preocupa-me muito enquanto presidente da Câmara da Guarda, e preocupa-me muito enquanto político e enquanto cidadão deste país", disse à Lusa Álvaro Amaro.

15 doenças que ainda não têm cura
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A ULS justificou que a medida foi tomada "para fazer face à escassez de recursos humanos agravada pela redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas, desde dia 01 de julho de 2018, e para não colocar em causa a qualidade e segurança dos cuidados a prestar aos doentes".

Problema das 35 horas

Para o autarca da Guarda, que também é presidente dos Autarcas Social-Democratas (ASD), "é de uma grande irresponsabilidade política", em termos nacionais, "o baixar para as 35 horas sem terem avaliado as consequências e sem terem as soluções de modo a evitar esta situação do fechar de camas e do eliminar de camas".

"Eu acho que isto é de uma irresponsabilidade política sem descrição", disse.

Álvaro Amaro refere que não põe em causa as reivindicações das 35 horas, mas questiona "a responsabilidade política de um Governo que faz isso, que aceita isso".

"Acho que é um preço muito caro que estamos a pagar por uma irresponsabilidade política", afirmou.

Para o presidente da Guarda, uma atitude politicamente responsável definiria que seriam concedidas as 35 horas e, no caso concreto da saúde, haveria um aumento de "não sei quantos mais profissionais".

"É isso que eu considero uma absoluta irresponsabilidade. Porque, não se tendo feito isso, vamos assistir ao encerramento de camas. Ora, se isso é mal no país, então nos nossos territórios do interior, eu acho que é um desastre completo", concluiu.

Segundo a nota da ULS, foi "temporariamente ajustada a oferta assistencial" no Hospital de Sousa Martins com a redução de 16 camas em vários serviços e o encerramento da Unidade de Cuidados Intermédios de Cardiologia, "passando o Serviço de Medicina Intensiva a assegurar as situações de necessidade na área, nas camas de cuidados intermédios que lhe estão alocadas".

A ULS/Guarda reduziu quatro camas no serviço de Cirurgia, igual número no serviço de Ortopedia, seis camas no serviço de Pneumologia, uma de Otorrinolaringologia e outra cama de Oftalmologia, e procedeu à "deslocalização das restantes seis camas para próximo do serviço de Ginecologia".

A fonte explica que "não foi necessário ajuste nos tempos cirúrgicos nem nas Consultas Externas" e garante que "não há serviços hospitalares em risco de fechar".