"Fomos os segundos a nível mundial, com 34 dadores por milhão de habitantes", afirma Susana Sampaio, médica e presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), que salienta que para manter estes números é necessário aumentar o número de elementos das equipas de Cuidados Intensivos, Coordenação e das Unidades de Transplantação.

Em 2017, o número de órgãos transplantados aumentou para 895, mais 31 do que no ano anterior e um aumento de 31% face a 2012.

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Para a especialista, "é notório o esforço desenvolvido por todas as equipas que se encontram a trabalhar no limite sem que haja investimento da tutela nesta área, quer a nível de recursos humanos quer a nível de infra- estruturas".

As celebrações do 10.º Dia do Transplante, uma efeméride que a SPT continua a lutar para que se torne uma celebração nacional, mantendo, para isso, uma petição para a criação do Dia Nacional do Transplante e que  "é uma forma de homenagear, em primeiro lugar, todos os dadores, os recetores, assim como todos os profissionais envolvidos nesta área", explica Susana Sampaio.

A SPT comemora há 10 anos, no dia 20 julho, o primeiro transplante realizado em Portugal pela equipa do Professor Linhares Furtado, em Coimbra. Cidade que, este ano, recebe a cerimónia solene, subordinada ao tema ‘O Transplante e a Arte’, no Pavilhão Centro de Portugal. "Os seus pioneiros de alguma forma necessitaram de possuir arte e engenho para ultrapassar as dificuldades que sentiram, numa época em que esta técnica dava os primeiros passos", mas que não desapareceu nos dias de hoje, comenta a médica.

"A arte é uma das melhores formas de o ser humano expressar as suas emoções e sentimentos. E o mundo da transplantação pode ser uma avalanche de emoções, quer para os dadores, para os recetores e mesmo para os profissionais de saúde", acrescenta.

No Dia do Transplante pretende-se "homenagear todos os intervenientes na transplantação e chamar a atenção para a transplantação através da arte e ao mesmo tempo divulgar algumas das suas expressões", refere a presidente da SPT, que chama a ainda a atenção para a necessidade procurar  ir mais além, dado que o número de dadores falecidos não consegue suprir as necessidades de órgãos para os doentes em lista de espera.