"Há aqui mais uma oportunidade para os jovens médicos fazerem o seu juramento, porque temos mais um local que acolhe esta cerimónia e é também uma mensagem muito importante que queremos passar relativamente à necessidade de descentralizar os cuidados e de os doentes do Interior terem exatamente as mesmas condições de acesso à saúde que há no Litoral ou nas cidades onde há grandes hospitais", referiu, em declarações à agência Lusa, Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).
A SRCOM é a entidade que promove esta cerimónia em colaboração com a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior (UBI).
Especificando que está prevista a participação de 80 jovens médicos, Carlos Cortes também salientou que a "vontade expressa" da FCS da UBI e dos estudantes foi a principal razão para levar este ato até esta cidade do distrito de Castelo Branco.
"Não podíamos ignorar essa vontade e entendemos que era o momento para haver mais um local em Portugal onde os jovens médicos pudessem fazer este juramento", referiu, depois de especificar que a Covilhã passa a ser o quinto local do país onde esta cerimónia decorre e que isso é para manter nos próximos anos.
Simbolicamente, na Covilhã, o ato foi marcado exatamente no dia em que a Ordem dos Médicos assinala o 80.º aniversário e numa altura em que os problemas na Saúde são uma preocupação constante, com especial incidência no Interior.
"Com esta cerimónia, a Ordem do Médicos também está a dar um passo, está a dar um exemplo para deixar uma mensagem muito importante na esperança de que o poder político perceba que é preciso olhar para o Interior. Queremos chamar a atenção para os problemas do Interior, dos hospitais do Interior e dos doentes do Interior".
Sem que a ministra da Saúde tenha até agora respondido ao convite para estar presente, a Secção Regional do Centro também espera que com este exemplo esteja a deixar um alerta para questões como a falta de recursos humanos nos hospitais do Interior, a falta de meios, a necessidade de fixação de mais médicos ou de uma maior atenção aos doentes que se mantém em zonas menos povoadas.
"Muitas vezes, o poder político esquece. Esquece que a Covilhã tem doentes, que a Guarda tem doentes e não faz a aposta que devia ser feita nesses hospitais. Há uma falta de cuidar dos hospitais, de cuidar dos centros de saúde que eu espero que, também com este passo, a senhora ministra da Saúde comece a ver", apontou.
O Juramento de Hipócrates é o compromisso solene que tradicionalmente os jovens médicos assumem no fim da formação e imediatamente antes de começarem a exercer a profissão.
Na Covilhã, a cerimónia decorre no Grande Auditório da FCS da UBI, com início marcado para as 10:00. No final, serão entregues a cédula profissional e um alfinete de lapela com o símbolo da Ordem dos Médicos. A leitura do texto do juramento culminará este ato solene.
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