Segundo o estudo realizado durante cinco anos, os morcegos albergam uma grande diversidade de coronavírus, que provocam doenças como a pneumonia atípica e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente. Em ambos os casos as doenças são potencialmente mortais.

Uma equipa de investigadores das universidades norte-americanas de Columbia e Califórnia identificou uma centena de diferentes coronavírus e descobriu que mais de 98% dos animais que tinham esses vírus eram morcegos, representando 282 espécies de 12 famílias biológicas.

Extrapolando para todas as 1.200 espécies, os cientistas estimaram um total de 3.204 coronavírus nos morcegos em todo o mundo, muitos dos quais ainda não foram detetados ou descritos.

Veja ainda: Estes são os 12 vírus mais perigosos

O estudo, publicado na revista Virus Evolution, sugere que os coronavírus evoluíram juntamente com os morcegos ou adaptaram-se preferencialmente a determinadas famílias de morcegos, e foi feito com base em trabalho de campo e testes virais, no âmbito do projeto à escala global Predict, que visa descobrir vírus potencialmente pandémicos e reduzir o risco de futuras epidemias.

Apesar das conclusões do estudo, os cientistas ressalvam que os morcegos desempenham um papel importante nos ecossistemas e que a maioria dos coronavírus de que são portadores é inofensiva para as pessoas. Além disso, a morte destes mamíferos pode destabilizar o seu 'habitat' e, desta forma, aumentar o risco de transmissão de doenças.

"Rastrear a diversidade geográfica e genética dos coronavírus em animais é um primeiro passo para a compreensão e antecipação dos vírus específicos que podem representar uma ameaça para a saúde humana", assinalou o primeiro autor do estudo, Simon Anthony, professor de epidemiologia do Centro para a Infeção e Imunidade na Universidade de Columbia, citado num comunicado da instituição.

Leia ainda: Estas 15 doenças ainda não têm cura