"De acordo com uma estimativa conservadora, o mercado retalhista de drogas ilícitas na União Europeia valia 24 mil milhões de euros em 2013 (margem provável de 21 mil milhões de euros a 31 mil milhões de euros)", refere o documento.

Num ano, neste caso em 2016, as vendas de música em todo o mundo atingiram os 15,7 mil milhões de dólares (cerca de 14,5 mil milhões de euros).

Na última década, o mercado de droga na União Europeia (UE) assistiu a um desenvolvimento de mercados 'online', com a emergência de tecnologias ligadas à internet, que coexistem em paralelo com o mercado físico de drogas. Vendedores ‘online’ usam a internet comum - 'de superfície' - para venda de químicos ainda não controlados, de novas substâncias psicoativas ou de medicamentos falsificados ou contrafeitos.

Há ainda vendedores que trabalham na internet oculta, através de mercados privados e apoiados por tecnologia que esconde as identidades do comprador e do vendedor. "Estes mercados partilham características com mercados em linha legítimos, como o eBay e a Amazon, permitindo aos utilizadores pesquisar e comparar produtos e vendedores. São utilizadas várias estratégias para ocultar as transações e a localização física dos servidores", indica o relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

A Europa regista todos os anos mais de um milhão de apreensões de drogas ilícitas, tanto a consumidores como a traficantes e produtores.

Leia também: De marginalizada a anticancerígena. Os 10 benefícios da canábis

A ‘cannabis’ é a droga com maior número de apreensões, correspondendo a 70% do total. Segue-se a cocaína, depois as anfetaminas, a heroína e o ‘ecstasy’.

Em 2015, Espanha, França e Reino Unido foram responsáveis por mais de 60% das apreensões feitas na UE.

Só a cocaína representa um valor mínimo de 5,7 mil milhões de euros no mercado de retalho na UE e, em 2015, foram comunicadas mais de 87 mil apreensões desta droga.

Portugal, Bélgica, Espanha, França e Itália representam 78% da estimativa de 69,5 toneladas apreendidas.

"Embora Espanha (22 toneladas) continue a ser o país que apreende mais cocaína, a Bélgica (17 toneladas) e a França (11 toneladas) apreenderam quantidades muito grandes em 2015, e foram comunicados aumentos consideráveis nos volumes apreendidos na Bélgica, na Alemanha e em Portugal, em comparação com o ano anterior", indica o relatório.