No ano em que se assinalam duas décadas de colaboração regional entre a deteção e tratamento da tuberculose e o PSBLE – Programa de redução de danos e de proximidade aos utilizadores de drogas com apoio de saúde e psicossocial e recurso a administração de metadona da cidade de Lisboa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) salienta “os feitos conquistados na saúde de uma população vulnerável e com especificidades muito próprias”.

Estas são as 10 doenças mais estigmatizadas do mundo
Estas são as 10 doenças mais estigmatizadas do mundo
Ver artigo

Entre 2001 e 2017, foram diagnosticados 343 casos de tuberculose nas pessoas que aderiram ao programa, através da realização de 20.210 exames radiográficos e confirmados pelos exames bacteriológicos efetuados nos Centros de Diagnóstico Pneumológico (CDP) e na unidade móvel de radiorrastreio da ARSLVT.

Ao longo deste período, o CDP de Lisboa e o PSBLE, gerido pela Associação Ares do Pinhal, deram resposta a estas 343 pessoas, num total de 6.856 utentes, o que significa uma taxa de prevalência da tuberculose de 5%.

Maioria tratou-se

No total, mais de 95,4% dos utentes completou o tratamento para a tuberculose no decurso do programa de substituição e a taxa de abandono situou-se nos 4,6%, adiantam os dados divulgados pela ARSLVT em comunicado.

Destes doentes, a maioria tinha outros fatores de risco como VIH e um marcador positivo para a hepatite C.

“Desde o primeiro momento que chamámos a atenção para comportamentos como o alcoolismo, tabaco e outras toxicodependências como fatores a considerar na redução do abandono do tratamento da tuberculose e na melhoria da acessibilidade à terapia. E estes números demonstram isso mesmo”, afirma Maria da Conceição Gomes, responsável pela área da Tuberculose da ARSLVT, realçando o papel fundamental desta parceria.

Para frequentar o PSBLE, “é condição prévia” fazer o rastreio para a tuberculose, refere a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

A colaboração da área da Tuberculose com a área das Dependências teve início em 1997. A parceria permanece até hoje com as Equipas de Tratamento de Xabregas/Taipas e Loures/Odivelas, bem como com as unidades móveis do programa.

O fator impulsionador do fortalecimento dessa parceria surgiu em 1998, ano em que o Programa de Substituição da Metadona teve início no Casal Ventoso, em Lisboa.

O PSLBLE é atualmente financiado pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e monitorizado pela Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências da ARSLVT.