“Se há precisamente um ano o diagnóstico do SNS estava feito por parte da IL, neste momento, o diagnóstico é pior. O SNS já não está só em SOS, o seu estado já não é só crítico. É de emergência”, afirmou a deputada Joana Cordeiro.
Numa interpelação ao Governo promovida pela IL sobre o atual estado do SNS, a deputada liberal salientou que, passado um ano sobre um debate sobre o tema, os problemas deste serviço público “mudaram, mas para pior”, caso das “quase 1,8 milhões de pessoas sem médico de família atribuído”.
“Que o digam as pessoas que continuam meses, ou mesmo anos, à espera de uma consulta ou de uma cirurgia. Que o digam as pessoas que batem com o nariz na porta dos serviços de urgência quando estão encerrados”, referiu Joana Cordeiro.
Depois de recordar as várias propostas que têm sido apresentadas pela sua bancada e rejeitadas, a deputada da IL considerou que o “SNS já não existe” e deu lugar a uma “entidade abstrata que não está adequada aos dias de hoje e às necessidades crescentes” de uma população envelhecida.
“Uma entidade que não se articula com toda a capacidade instalada no sistema, que, na realidade, não responde a tempo e horas às necessidades de cuidados de saúde das pessoas”, lamentou.
Joana Cordeiro salientou ainda que, atualmente, “não se percebe quem é o verdadeiro ministro da Saúde”, se Manuel Pizarro, se o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, a quem acusou de ter um “estilo ditatorial”.
“O Governo continua sem estratégia, sem arrojo e sem coragem para efetuar as reformas que seriam necessárias”, acusou ainda a parlamentar da IL, ao assegurar que o seu partido defende “uma mudança de paradigma” na Saúde em Portugal centrada nas “pessoas, nos melhores resultados em saúde e na liberdade de escolha”.
Na resposta, o ministro da Saúde considerou ser um “disparate político” afirmar que o SNS já não existe, alegando que realizou, nos primeiros cinco meses deste ano, “355.622 cirurgias”, mais 12% do que no mesmo período de 2022.
“O serviço está melhor, está a produzir mais, está a produzir mais graças aos profissionais do SNS”, assegurou Manuel Pizarro.
Segundo o governante, 73% dos operados nos hospitais públicos realizaram a sua cirurgia dentro do tempo médio garantido, uma percentagem que “está a aumentar”.
Além disso, entre janeiro e maio deste ano, o SNS realizou 26.339 partos, mais 711 do que no ano anterior, adiantou ainda o ministro, para quem o SNS em março “já fez mais partos do que o privado no ano de 2022 inteiro”.
“No SNS não escolhemos a condição social das pessoas para as tratar, não as transferimos para outro hospital quando acaba o cartão do seguro. Eu tinha muita vergonha se alguma vez um hospital do SNS tivesse 70, 80, 90 ou 100% de partos por cesariana”, afirmou Manuel Pizarro.
“Eu percebo bem o nervosismo da bancada da IL, não gosta que lhes ponham a careca à mostra na sua demagogia quanto ao SNS”, salientou ainda Manuel Pizarro.
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