O financiamento obtido para o projeto, que conta com a participação dos investigadores do i3S Joana Caldeira, Raquel Gonçalves, Mário Barbosa e Carla Oliveira e de Paulo Pereira e Rui Vaz (diretor), ambos do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar S. João, vai permitir melhorar as terapias com células estaminais já existentes, utilizando tecnologias inovadoras para regenerar o disco intervertebral.

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Os investigadores salientam que a dor lombar, que afeta a maioria da população em algum momento da sua vida, é causada frequentemente pela degeneração do disco intervertebral que ocorre com o envelhecimento.

A edição genética como alternativa

As opções de tratamento existentes passam por medicamentos para controlar a dor ou cirurgias bastante invasivas e que, em grande parte dos casos, não apresentam soluções a longo prazo. O projeto “Repurposing CRISPR for disc regeneration” é liderado pela investigadora Joana Caldeira, do grupo “Microenvironments for New Therapies”. A ideia do projeto é “adaptar uma tecnologia de edição de genes (CRISPR-Cas9) à regeneração do disco”, disse.

Joana Caldeira explicou que o objetivo é “utilizar esta ferramenta inovadora para recriar um microambiente fetal, que já se provou ter maior potencial regenerador”.

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“Deste modo, acreditamos ser possível melhorar as terapias já existentes com células estaminais, providenciando-lhes um ambiente ‘mais acolhedor’ para sobreviverem e desempenharem a sua função terapêutica”, referiu.

De acordo com a investigadora, apesar de não ser mortal, a dor lombar é a principal causa de invalidez/incapacidade em Portugal e responsável número um pela perda de anos de vida útil, à frente de outras situações como HIV, acidentes rodoviários, tuberculose, cancro de pulmão ou mesmo complicações associadas à gravidez e pós-parto.

“Por todas estas razões, tem um impacto socioeconómico tremendo devido aos elevados custos associados ao tratamento e absentismo”, frisou.

A equipa de investigadores refere “o elevado valor terapêutico desta estratégia para a medicina” e aponta “o tremendo potencial de impacto no dia-a-dia de muitas pessoas, numa era em que o envelhecimento da população já foi identificado como o problema de maior relevo para a sociedade europeia”.