O tratamento da hepatite C à base do Sofosbuvir está disponível, desde as 21h00 de terça-feira, com comparticipação a 100% pelo Estado para todos os doentes que dele precisarem, revelou o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Eurico Castro Alves.

“Este é um momento histórico para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração, José Martins Nunes, após ter participado numa reunião, em Lisboa, do ministro da Saúde, Paulo Macedo, e do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, com os presidentes e os diretores clínicos dos hospitais que tratam a hepatite C em Portugal.

Segundo nota do infarmed o Ministério da Saúde autorizou até agora 802 tratamentos para a hepatite C, dos quais 633 com os medicamentos mais recentes, 302 desses com sofosbuvir.

Na quinta-feira, José Martins Nunes vai realizar com “os responsáveis dos três serviços do CHUC que prescrevem o medicamento inovador” (o Sofosbuvir ou, nalguns casos, o Harvoni) uma reunião para fazer avançar os procedimentos a fim de obter as 55 primeiras autorizações por parte do Infarmed, o organismo nacional que regula o setor do medicamento.

“Ao longo dos anos, tratámos centenas de pessoas com hepatite C, mas temos pela primeira vez a possibilidade de erradicar a doença”, adiantou.

O médico e antigo secretário de Estado da Saúde disse que “não havia uma estratégia para erradicar a hepatite C em Portugal” e que, a partir de agora, pelo menos 95% destes doentes “podem recriar a esperança na cura”.

José Martins Nunes congratulou-se com o desfecho das “negociações duras e complexas” com o laboratório que comercializa o medicamento Sofosbuvir, conduzidas “durante vários meses” pelo ministro da Saúde.

De acordo com o presidente do Infarmed, E Eurico Castro Alves, o acordo com o laboratório foi assinado às 21:00 de terça-feira e desde então o medicamento está a ser comparticipado a 100 % pelo SNS.

Na reunião promovida hoje pelo ministro Paulo Macedo, participaram também Eurico Castro Alves e o diretor-geral da Saúde, Francisco George.