“Face às solicitações do ministério da Saúde, das administrações regionais de saúde e dos hospitais [públicos], os hospitais [privados] têm correspondido às necessidades”, garantiu Óscar Gaspar na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

Por videoconferência, o responsável da APHP adiantou aos deputados que os números atualizados ao final da manhã de hoje indicam que as unidades hospitalares privadas têm “894 camas afetas ao Serviço Nacional de Saúde e, à data de hoje, são 230 doentes covid hospitalizados, dos quais 51 em unidades de cuidados intensivos”.

Na sua intervenção inicial, Óscar Gaspar adiantou que, no primeiro momento da pandemia, em março, de acordo com o que foi solicitado pela Direção-Geral de Saúde, cinco hospitais privados foram referenciados para receber doentes com covid, num total de 354 camas no Porto, em Lisboa e em Lagos.

“Em abril, de alguma forma fomos desmobilizados da primeira linha de combate à covid”, adiantou o presidente da APHP, ao considerar que, no período entre a segunda quinzena de março e abril, verificou-se uma “redução enorme da atividade hospitalar” privada.

Óscar Gaspar referiu que, a partir do final de outubro, os hospitais privados voltaram a ser “interpelados por parte das autoridades de saúde para um reforço da colaboração”, primeiro na Região Norte e, mais recentemente, na Região de Lisboa e Vale do Tejo.

O presidente da APHP alertou ainda ser “bastante importante que, da parte da DGS, houvesse alguma indicação sobre a planificação para a primavera” do combate à pandemia.

“Daqui a menos de dois meses estamos a entrar na primavera e os planos devem fazer-se atempadamente e serem conhecidos com a devida antecedência para poderem ser levados à prática”, afirmou.

Portugal registou hoje 293 mortos relacionados com a covid-19, um novo máximo diário desde o início da pandemia, e 15.073 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Hoje é o segundo dia com maior número de novos casos diários de infeção. O valor mais alto foi atingido em 23 de janeiro, quando as autoridades registaram 15.333 casos de infeção em 24 horas.

O boletim epidemiológico revela também que estão internadas 6.603 pessoas, mais 131 em relação a terça-feira, o que representa um máximo diário de internamentos, das quais 783 em unidades de cuidados intensivos (mais 18 nas últimas 24 horas).