Uma das utentes disse que não saía da unidade de saúde enquanto não fosse recebida pelo médico, porque teve de faltar ao trabalho para ir à consulta que espera há dois meses.

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"É legítimo fazer greve, mas ela daria muito mais resultado se os médicos que estão no centro de saúde recebessem os utentes sem estes pagarem a consulta. assim quem seria lesado era o Estado e não os doentes", disse, exemplificando com as greves de transportes no Japão, em que as pessoas são transportadas, mas não é cobrado bilhete.

Outras utentes ainda aguardaram alguns minutos, mas acabaram por desistir e ir embora. Esperam agora conseguir marcar consulta para outro dia.

90% a adesão

O Sindicato da Função Pública do Norte estimou hoje de madrugada em mais de 90% a adesão dos trabalhadores dos hospitais, centros de saúde, INEM e organismos e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde à greve de 24 horas iniciada na quinta-feira.

Os trabalhadores reivindicam a aplicação do horário de trabalho de 35 horas semanais, progressão de carreira, dignificação das carreiras da área da saúde, reforço de recursos humanos, pagamento de horas de trabalho extraordinário, e a aplicação do subsistema de saúde ADSE (para funcionários públicos) a todos os trabalhadores.

No pré-aviso de greve estão abrangidos os trabalhadores, exceto médicos e enfermeiros, que trabalham nos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como os hospitais, que “sentem forte indignação pela degradação crescente das suas condições de trabalho”.