Severino Antinori, de 70 anos, foi preso na sexta-feira no aeroporto romano de Fiumicino depois de uma denúncia feita por uma espanhola de 24 anos, tratada pelo médico numa clínica de Milão dirigida pelo especialista.

O médico está em prisão domiciliária em Roma e está, para já, proibido de exercer durante um ano, segundo fontes policiais e judiciais citadas pela agência de notícias italiana AGI.

A Justiça acusa-o de roubo agravado e de provocar danos corporais à vítima, uma jovem espanhola que começou a trabalhar como enfermeira na clínica de Severino Antinori em Milão.

A Justiça suspeita que o médico organizou uma entrevista para contratar a jovem, diagnosticando-lhe depois um falso quisto no ovário com o objetivo de apoderar-se dos seus óvulos.

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A denunciante diz ter sido imobilizada, anestesiada e operada contra a sua vontade, quando pensava que ia ser tratada apenas por causa de um quisto.

Os advogados de defesa de Severino Antinori dizem que as acusações são "absurdas". As autoridades daquele país investigam, contudo, se se trata ou não de um caso isolado.

"A detenção de Severino Antinori é muito grave, porque mostra a existência de um mercado de óvulos que não vai parar", declarou Donata Lenzi, deputada do Partido Democrata no poder.

Severino Antinori permitiu em 1994 que uma italiana de 63 anos se tornasse mãe. Também afirmou em 2009 ter clonado três bebés, não fornecendo nenhum outro detalhe sobre a experiência.