O protesto visa, segundo Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), “a rápida resolução das situações problemáticas” que afetam os enfermeiros do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) em serviço nos hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche.

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O sindicato quer ver regularizada a situação dos “enfermeiros que estão com falsos recibos e vínculo precário”, 30 dos quais, de acordo com o dirigente sindical, “correm o risco de ver baixar o seu salário, o seu valor-hora, ainda mais do que tem baixado”.

Os enfermeiros em causa assinaram em abril contrato com uma nova empresa de subcontratação que, explicou Rui Marroni, lhes “baixou o salário para oito euros/hora” e estão ainda em risco de, no próximo mês de junho, verem o valor descer mais um euro.

Os enfermeiros contestam ainda a falta de enfermeiros no CHO, atualmente com cerca de 500 profissionais de enfermagem nas três unidades, para as quais o sindicato defende a necessidade de “mais duzentos”, para que todos os serviços tenham “uma dotação segura”.

Aos jornalistas, Rui Marroni lembrou hoje que, desde abril, está pedida a abertura de um concurso para 95 novos postos de enfermagem “a que o Governo nunca mais dá andamento”, o que, a juntar ao facto de haver “30 enfermeiros que estão com baixa ou licença prolongada e que não são substituídos”, tem levado a “uma situação de exaustão” dos profissionais que asseguram o serviço.

O atraso no pagamento de folgas e descansos compensatórios dos enfermeiros, que no final de abril ascendia a 8.974 dias, é outra das situações que os enfermeiros exigem ver resolvida, bem como, acrescentou Rui Marroni, “o pagamento de suplemento remuneratório aos enfermeiros especialistas”, que são atualmente cerca de 140. No entanto, “a administração alega que apenas 85 exercem serviço especializado”.

O SEP espera confrontar hoje a administração do CHO com estas questões, numa reunião pedida com carácter de urgência.

Caso a administração não resolva os problemas apontados pelos enfermeiros, o SEP “irá realizar um plenário e marcar nova ação de protesto e uma greve dos enfermeiros”, disse Rui Marroni.

A par do sindicato, o Bloco de Esquerda exigiu também, na quinta-feira, que “todos os enfermeiros especialistas sejam reconhecidos e remunerados como tal”, numa pergunta ao Governo em que considera “injusta” não apenas a questão da remuneração, como também a “não contagem integral do tempo de serviço para progressão na carreira ou a não contratação de profissionais de enfermagem em número suficiente” para uma dotação segura dos respetivos serviços.

No documento, o BE questiona qual o número de enfermeiros especialistas afetos ao CHO, quantos foram indicados à tutela para receber o suplemento remuneratório e qual o critério utilizado para aferir esse número.

O protesto nas Caldas da Rainha insere-se numa jornada de luta nacional agendada pelo SEP exigindo a contratação de mais enfermeiros e a resolução dos problemas do setor, que tem vindo a alertar para “a falta de enfermeiros, o cansaço físico e psicológico das equipas de enfermagem, a ausência de condições de prestação de cuidados em segurança, o consequente aumento do absentismo”, divulgou o sindicato na sua página na internet.

Além deste, estão agendados protestos e greves no Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora (dia 22), no Centro Hospitalar Lisboa Norte (24), no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Centro – Rovisco Pais (29), na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (30), no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (01 de junho), no Hospital de Guimarães (05, 06 e 07 de junho), na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (26, 27 e 28 junho).