“A MediPeople tem sentido dificuldade em responder à prestação em causa desde 04 de janeiro, após ter sido informada pelo profissional (...) alocado à prestação que não iria poder dar continuidade à sua colaboração”, disse a empresa à agência Lusa.

Em 28 de dezembro, esse médico justificou a sua impossibilidade com o facto de “ter sido colocado no internato numa cidade longe de Oliveira do Hospital”, no distrito de Coimbra, mas que poderia assegurar os turnos de sexta-feira e sábado.

A MediPeople informou “de imediato a unidade e iniciou esforços de recrutamento que visavam a substituição do profissional”. Entre os dias 06 e 07, "foi assegurado profissional para iniciar” funções na segunda-feira, dia 11.

Nas últimas semanas, a empresa tem sido visada publicamente a propósito do deficiente funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital.

“Tudo apontava para que a prestação ficasse normalizada a 11 de janeiro", o que não se verificou. "As verdadeiras razões não são do nosso conhecimento”, afirmou hoje a gerência.

Entretanto, a MediPeople está “a tentar encontrar uma solução transitória até ao final” desta semana, com a promessa de normalizar a situação no dia 18.

Na segunda-feira e na terça-feira “foram apresentados dois profissionais para iniciar a prestação de serviços no próximo dia 18 e até agora a MediPeople não recebeu nenhuma resposta”.

“A impossibilidade de alocar um médico com maior celeridade” para o SAP de Oliveira do Hospital “deve-se, essencialmente, ao facto de ser uma localização remota”, que obriga os profissionais a residir na cidade, “sendo por isso necessário algum tempo para tratar de todo a logística”, acrescentou.

As críticas ao funcionamento do SAP têm partido, designadamente, dos médicos de família e utentes do Centro de Saúde, Câmara Municipal, forças políticas e Ordem dos Médicos.

Numa resposta escrita à Lusa, a MediPeople, com sede em Lisboa, reagiu hoje às diversas acusações de incapacidade de resposta do dispositivo médico da sua responsabilidade.

Num documento enviado na semana passada ao Ministério da Saúde e outras entidades, os médicos da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Oliveira do Hospital manifestaram-se indisponíveis para assegurar o funcionamento do SAP a partir de segunda-feira, dia 11.

Nesse dia, um médico subcontratado apresentou-se na unidade, mas desistiu, segundo o Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACES-PIN).

"O médico veio e foi-se embora", disse na ocasião à Lusa o diretor do ACES-PIN, Avelino Pedroso.

A MediPeople presta serviço na UCSP desde 2013, com contratos anuais “sucessivamente renovados”. O último findou em 31 de dezembro.

A empresa foi então abordada pela Administração Regional de Saúde do Centro “para um ajuste direto” para janeiro e fevereiro.

“Apesar dos valores de faturação serem os mesmos de 2013, respondeu afirmativamente, pois não antevia nessa altura qualquer dificuldade na prestação em causa”, disse.