O impacto económico global das cinco principais doenças não transmissíveis (DNT) pode ascender aos 47 triliões de dólares norte-americanos nos próximos 20 anos, de acordo com um estudo divulgado ontem pelo Fórum Económico Mundial.
As cinco principais doenças não transmissíveis são as cardiovasculares, as respiratórias crónicas, o cancro, a diabetes e os problemas de saúde mental.
Os peritos analisaram os custos gerais das doenças não transmissíveis para a economia global e concluíram que a perda acumulada estimada para os próximos 20 anos representa, aproximadamente, 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial anual.
Os problemas de saúde mental, normalmente deixados de fora da lista das principais doenças não transmissíveis, respondem sozinhos por mais de 16 triliões de dólares, ou seja, um terço dos 47 triliões de dólares estimados a serem gastos até 2030 com DNT.
"Pensem no que poderia ser alcançado se esses recursos fossem investidos de forma produtiva numa área como a Educação. A necessidade de ação imediata é essencial para o futuro da economia global”, afirmou Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do World Economic Forum.
Mais de 60 por cento das mortes no mundo são devidas a doenças não transmissíveis, estimando-se em 36 milhões o número de pessoas que morrem por ano.
Os países não desenvolvidos e em vias de desenvolvimento são desproporcionalmente afetados: em 2010, 80 por cento das mortes por DNT ocorreram nesses países, muitos delas prematuramente, com pessoas em idade ativa.
À medida que a sua população e economia crescem, os países em desenvolvimento são confrontados com uma parcela cada vez maior deste encargo financeiro.
A população mundial com mais de 60 anos deverá duplicar até 2050, o que, juntamente com a crescente urbanização, implicará um aumento acentuado das taxas de DNT.
O estudo conclui que os custos acumulados das doenças cárdiovasculares, doenças respiratórias crónicas, cancro e diabetes nos países não desenvolvidos e em vias de desenvolvimento deverão ultrapassar os sete triliões de dólares entre 2011-2025, o que perfaz uma média de perto de 500 mil milhões de dólares por ano.
Olivier Raynaud, diretor de Saúde do Forum Económico Mundial, alerta que o estudo demonstra que famílias, países e economias estão a perder pessoas nos seus anos mais produtivos.
Só a saúde mental e as doenças cardiovasculares são responsáveis por quase 70 por cento da produção perdida.
Em 2010, os custos globais diretos e indiretos das doenças cárdio-vasculares foi de, aproximadamente, 863 mil milhões de dólares e estima-se um aumento de 22 por cento, para 1,044 mil milhões em 2030.
Relativamente à saúde mental, a custos globais em 2010 foram de, aproximadamente, 2,5 mil milhões de dólares, com o custo projetado para 2030 a ascender a seis triliões dólares.
As perdas acumuladas causadas pelas DNT vão subir de forma constante ao longo dos próximos 20 anos, mas a taxa de aumento vai acentuar-se em 2030.
O valor de vida perdido, incluindo os rendimentos perdidos, os gastos relacionados com a assistência médica, a dor e o sofrimento devido a doenças não transmissíveis duplicará entre 2010 e 2030.
As DNT são em grande parte causadas pelo tabagismo, pelo uso nocivo do álcool, pelo sedentarismo e pela má alimentação.
19 de setembro de 2011
Fonte: Lusa
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