No senso comum, falar de Mulher e de Autoestima leva-nos, quase automaticamente, a pensar em aparência física, em cabelo arranjado, maquilhagem, unhas pintadas, em moda e outros cuidados de beleza, que alimentando o estereótipo do que é ser mulher, se considera que as faz sentir bem. E, até pode fazer, mas em termos psicológicos sabemos que a aparência física é apenas um dos domínios da nossa autoestima, ou seja, contribui apenas com uma pequena parte para o nosso bem-estar emocional. Temos o domínio profissional, familiar, social, emocional, comportamental entre outros, onde nos podemos sentir competentes, ou não, e que valorizamos ou não, consoante o que achamos importante para o nosso bem-estar. Sabemos também que fazer depender a nossa autoestima apenas da nossa aparência nos pode “deixar em maus lençóis”, pois é algo que não é “estável” podendo sofrer inúmeras alterações. Por exemplo, com a maternidade ou com o envelhecimento existem mudanças corporais que, podem alterar aquilo que valorizávamos no nosso corpo, ou aquilo que a sociedade valoriza (corpos perfeitos e um ideal de beleza por vezes muito difícil de alcançar) e, por isso mesmo, algumas mulheres têm dificuldade em aceitar essas mudanças. E nem são só estas as mudanças que podem afetar a nossa aparência física, existem circunstâncias de vida, nomeadamente, doenças que também podem ter bastante impacto visual, acabando isso por afetar a Saúde Psicológica.

Daí a importância de celebrarmos a nossa autoestima como um todo e de a promovermos de “dentro para fora”, ou seja, perceber que cada uma de nós é muito mais do que uma aparência, tem uma série de competências e talentos que estão muito para além do que se vê exteriormente. E é este empowerment que precisamos de promover; este autoconhecimento de quem é que eu sou; quais os meus “pontos fortes” e quais as minhas “fragilidades” e aprender a gostar de cada uma delas. Melhorar o que for possível melhorar, lutando sempre por uma melhor versão de si mesma, mas aceitando e integrando como parte do seu “eu” aquilo que não se pode mudar, apenas aceitar. Eu ser boa mãe, boa amiga, boa profissional é algo que, provavelmente não se vai alterar com o passar dos anos, sendo a tendência apenas para, em termos de desenvolvimento pessoal, melhorar e portanto, contribuir de forma muito positiva para a minha autoestima. Acima de tudo, esta “luta por uma boa autoestima” é uma luta pelo bem-estar psicológico e equilíbrio emocional, visto que sabemos também que uma boa autoestima é um dos melhores fatores protetores face às adversidades.

É importante quebrar estereótipos e devem ser as próprias mulheres a começar a fazê-lo, mostrando que claro que a sua aparência física também é importante para se sentirem bem consigo próprias, e deve fazer parte do seu Autocuidado, mas autocuidado esse que também passa por cuidarem da sua saúde psicológica, por se valorizarem, independentemente do que estão a vestir, do que têm. Valorizarem-se pelo que são, pelo que conseguem, pelos objetivos que alcançam, pelos talentos que têm, pelos desafios que superam, pelo crescimento pessoal que vão tendo ao longo da vida.

Longe dos tempos que se considerava a Mulher como o “sexo fraco”, mas ainda com uma série de preconceitos para quebrar e muitas metas para alcançar, é altura da Mulher cuidar de si e da sua autoestima, olhando para o seu interior, deixando de se subestimar, mas também sem sentir que tem que provar alguma coisa a alguém, simplesmente por ser mulher. É altura de se respeitar, promovendo o seu amor-próprio e estabelecendo os seus limites, reconhecendo as suas vulnerabilidades, porque fazem parte da condição humana, não permitindo que isso diminuía a sua autoestima.

Neste Dia Internacional da Mulher, cuide de si, dedique tempo a si, arranje o cabelo, vista algo que lhe dê confiança, se isso a fizer sentir bem, sem nunca esquecer de olhar para a sua beleza interior, refletindo sobre a importância que esta tem na sua Autoestima.

Celebre a autoestima como um todo, hoje e sempre!