O Expresso noticia hoje que a vacinação das forças de segurança e bombeiros vai deixar de liderar as prioridades devido à escassez de vacinas, sendo reforçada a administração a pessoas com 80 ou mais anos e entre os 50 e os 79 anos com doenças crónicas.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, afirmou que é uma “questão sensível”, mas não deixa de “mostrar alguma preocupação, uma vez que este modelo de vacinação já estava a ser aplicado na PSP.
“Há polícias que já foram vacinados numa primeira fase” e há outros que estão notificados para ser vacinados já este fim de semana, salientou.
O presidente da ASPP/PSP defendeu que se trata de um conjunto de profissionais que, estando num conjunto de missões e de fiscalizações para corresponder àquilo que são as necessidades do combate à pandemia, onde estão na primeira linha, já deviam estar vacinados.
“O processo deveria estar já mais acelerado e mais desenvolvido e agora agrava tudo com este obstáculo que é colocado e que de alguma forma nos deixa preocupados”, lamentou.
O que agentes da PSP queriam é que “este processo não tivesse qualquer constrangimento”, disse, considerando ser “importante que o poder político tenha alguma capacidade de resolver o problema”.
No seu entender, deve pensar-se noutros instrumentos que possam mitigar de alguma forma as infeções, como a testagem e outro tipo de organizações do modelo de trabalho.
Por isso, defendeu, “era importante que o poder político desse um sinal de resolução do problema”, tendo em conta que não se deve “alongar muito mais esta situação”.
Paulo Santos disse, por outro lado, que esta notícia os deixou “um pouco apreensivos” desde logo pela forma como lhes foi comunicado.
Segundo o presidente da ASPP/PSP, os agentes não receberam qualquer informação sobre a alteração do plano de vacinação contra a covid-19, tendo conhecimento desta situação pelos órgãos de comunicação social.
“O que está em causa, segundo me parece perceber, é a dificuldade e a escassez de vacinas e ter de optar por uma questão de continuar o processo nas polícias, nos bombeiros etc. ou então optar por grupos da sociedade, pessoas mais idosas e afetados também com problemas de saúde. É uma questão sensível”, sublinhou.
Segundo o jornal Expresso, que cita declarações do coordenador da ‘task force’, Henrique Gouveia e Melo, a escassez de vacinas levou à alteração do plano inicial da vacinação, retardando a vacinação às Forças Armadas e forças de segurança, bombeiros, elementos de órgãos de soberania, como tribunais e o Parlamento, e mesmo médicos que não estejam na linha da frente.
A covid-19 já matou em Portugal 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, segundo a Direção-Geral da Saúde.
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