“O início do processo de distribuição deverá ocorrer a partir do final do ano, mas sempre dependendo da avaliação da Agência Europeia do Medicamento. É uma luz que se começa a avistar ao fundo do túnel”, referiu António Lacerda Sales, a propósito do recente anúncio da compra de 6,9 milhões de vacinas, num investimento estimado de 20 milhões de euros.
Segundo o governante, a estratégia de vacinação “será determinada pela Direção-Geral da Saúde”, mas lembrou que até a vacina ser uma realidade, é necessário persistir no esforço de prevenção da propagação do novo coronavírus.
“Até à chegada da vacina, a única vacina de que dispomos é a prevenção, a antecipação e a preparação, é isso que continuamos a fazer, com o robustecimento do Serviço Nacional de Saúde. Continuamos a contar com a resiliência dos portugueses até ultrapassarmos este grande desafio”, vincou.
O presidente do Infarmed – Autoridade do Medicamento, Rui Santos Ivo, esteve igualmente presente na conferência e esclareceu que as vacinas vão chegar em “diferentes prazos” à população, devido também às diferentes fases de desenvolvimento em que se encontram neste momento.
“Há três fatores muito importantes: o primeiro é o tempo – quando vamos dispor das vacinas; o segundo tem a ver com as características das vacinas; e o terceiro diz respeito às próprias condições de acesso às vacinas. O que este processo visa é criar um portefólio de opções que nos permita depois dar uma resposta”, afirmou, acrescentando: “Teremos de ter vacinas em diferentes prazos, não vão surgir todas ao mesmo tempo”.
O líder da Autoridade do Medicamento enfatizou, uma vez mais, “a antecipação” e a “incerteza” com que o processo está a ser conduzido entre os Estados-membros e a Comissão Europeia, bem como o cariz coletivo da estratégia.
“O que está a ser feito é apoiar também o processo de desenvolvimento e produção das vacinas”, sublinhou Rui Santos Ivo, assinalando a preponderância da avaliação pela Agência Europeia do Medicamento: “Temos de dispor de dados de segurança e eficácia das vacinas, um mínimo de informação que nos permita avançar para a sua utilização. Temos também de saber se vamos administrar apenas uma dose ou mais, o regime que vai ser aplicado também resultará dessa avaliação”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.792 mortos associados à COVID-19 em 55.211 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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