O presidente da Ordem dos Enfermeiros nos Açores, Pedro Soares, declarou à agência Lusa, na sequência de uma visita ao Lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, na ilha de São Miguel, que “há a necessidade de fechar este assunto gerado pelo drama com os óbitos” através de uma “investigação, para restabelecer a confiança e paz social” na comunidade local.

Para Pedro Soares, a investigação deve ser promovida por parte de uma “entidade idónea".

"Por que não ser o Ministério Público a realizar esta investigação e assim encerrar-se este assunto?”, questionou.

Pedro Soares diz que saiu “com o sentimento de que esta é uma coisa que aflige, e muito, ainda, a população” do concelho de Nordeste.

Em 19 de maio, o presidente da Câmara Municipal do Nordeste, questionado pela Lusa, na sequência da intenção manifestada por alguns familiares dos idosos falecidos, considerou ser “legítimo” que os familiares das vítimas mortais processem judicialmente a Autoridade de Saúde dos Açores.

Segundo Pedro Soares, foi encontrada no lar do Nordeste uma equipa de enfermagem que “trabalhou e aproveitou muito a ajuda da Unidade de Saúde de Ilha da de São Miguel e dos colegas de enfermagem, que se deslocaram na altura do problema ao local, promovendo alterações e implementando alguns procedimentos”.

Do encontro que manteve com os profissionais no lar, o responsável saiu “satisfeito porque a segurança e qualidade estão minimamente garantidas”, havendo “alguns pontos que padecem de correção, mas relativamente fáceis de executar”, indo a Ordem trabalhar com os colegas do lar.

O registo do primeiro caso no lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste foi de uma utente de 88 anos, que contraiu a infeção numa ida ao Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, através de contacto com uma profissional de saúde.

A Autoridade de Saúde dos Açores determinou em 05 de maio o encerramento do lar de idosos do Nordeste, na ilha de São Miguel.

No total, naquela estrutura já foram registados 50 casos de infeção pelo novo coronavírus, entre utentes e funcionários, e 12 mortos.

Em 06 de junho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se ao lar do Nordeste, tendo elogiado o desempenho dos profissionais de saúde.