A sondagem indicou que o aumento exponencial de casos de covid-19 devido à proliferação da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, também afetou a saúde mental desses profissionais, com 51,6% a dizerem que estão apreensivos e acreditam que qualquer coisa pode afetar a sua saúde e a dos seus pacientes.
O estudo também observou que 51,1% dos médicos brasileiros disseram sentir-se exaustos e outros 42,7% disseram estar ansiosos com a situação atual da pandemia no país.
A opinião dos profissionais de saúde coincide com a perceção atual de seu trabalho nos centros médicos do Brasil, onde os profissionais observaram que pelo menos 62,7% dos seus colegas estão estressados e 64,2% estão sobrecarregados de trabalho.
Isso pode ser consequência da falta de pessoal médico, problema apontado por 44,8% dos entrevistados.
Segundo a perceção dos médicos, 7 em cada 10 brasileiros não usam máscaras corretamente, mas a adesão da população à vacinação contra o coronavírus é alta para 74% dos médicos entrevistados.
Embora os médicos aplaudam os avanços na imunização contra a covid-19 no país, eles também criticaram o Governo no acompanhamento dos casos e na realização de exames, onde apenas 8% e 21,7% dos médicos, respetivamente, consideram que estes procedimentos estão a ser realizados de forma adequada.
A pesquisa incluiu 3.517 profissionais médicos de todas as regiões do Brasil, com idade entre 51 e 70 anos, que atuam em hospitais e clínicas públicas e privadas do país. Eles responderam a um questionário online, entre 21 e 31 de janeiro de 2022.
De acordo com a AMB, a maioria dos participantes da sondagem era da região sudeste, que inclui os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, que, apesar de agrupar apenas quatro dos 27 estados brasileiros, é a região mais populosa do país, com cerca de 90 milhões de pessoas, quase metade dos 213 milhões dos habitantes do Brasil.
Com quase 630 mil mortos e 25,7 milhões de notificações positivas, o Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de covid-19, ocupando o segundo lugar em número de mortes, atrás dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infeções, depois dos Estados Unidos e da Índia.
A covid-19 provocou pelo menos 5.698.322 de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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