“A Guiné-Bissau é um dos 10 países menos preparados para lidar com a pandemia de covid-19 a nível mundial e ocupa o 51º lugar entre os 54 países africanos no Índice Global de Segurança Sanitária”, dizem os economistas do BAD na atualização das Perspetivas Económicas Regionais, o relatório anual do BAD sobre as economias africanas

“O país teve um mau desempenho em todas as subcategorias relacionadas com a prevenção, exceto na taxa de vacinação; faltam camas de cuidados intensivos, equipamento e capacidade em recursos humanos, e como nenhum centro de isolamento está a funcionar, as pessoas que testam positivo vivem com as suas famílias, o que coloca um alto risco de contágio”, alertam os economistas do BAD.

No documento, os economistas antecipam uma queda de entre 1,5% e 3,1% no PIB este ano, mas mesmo no cenário mais pessimista – prolongamento da pandemia até dezembro – o país consegue registar um crescimento positivo em 2021.

“A redução do preço do caju e dos volumes de exportação são os principais fatores para as previsões negativas, mas as perspetivas de crescimento são mais positivas em 2021, com uma expansão de 2,5% no cenário base (pandemia abranda em julho) e de 2% no cenário em que a pandemia continua até dezembro”, lê-se no documento.

África passou na quarta-feira o meio milhão de casos de covid-19 e o número de mortos subiu para 11.955, mais 333 nas últimas 24 horas, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infetados subiu para 508.086, mais 16.336 nas últimas 24 horas, enquanto o número de recuperados era, na quarta-feira, de 245.068, mais 8.702.

A Guiné-Bissau é o país lusófono com mais infeções e mortes, com 1.790 casos e 25 vítimas mortais.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 545 mil mortos e infetou mais de 11,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.