De acordo com Luciana Nelas, a primeira morte foi de uma idosa com 92 anos, que tinha sido o primeiro diagnóstico positivo na instituição, tendo sido revelado já na quarta-feira à noite o falecimento de outra idosa, com 93 anos, ambas em unidade hospitalar.
Luciana Nelas contou que a idosa teria sido infetada durante uma ida ao hospital, tendo-se mantido assintomática, até “ter revelado alguma febre”, tendo regressado ao hospital, onde foi detetado o vírus.
“A partir daí foi contactada imediatamente a autoridade de saúde e foram testados, entre os dias 28, 29 e 30 de outubro, todos os trabalhadores, utentes, pessoal de enfermagem, etc., tendo dado positivo 44 utentes e 12 funcionários”, disse.
Luciana Nelas explicou que o lar tem cinco unidades distribuídas por vários pisos, sendo que “na unidade da primeira senhora estavam 17 utentes com covid-19 e nenhuma funcionária”.
Atualmente, o lar tem duas das suas cinco unidades com os utentes diagnosticados com covid-19, “perfeitamente separadas”.
Os doentes com diagnóstico negativo estão em três unidades “perfeitamente isoladas, cada uma no seu piso”, uma com 21, outra com 25 e uma terceira com cerca de 20 utentes, adiantou.
“Está tudo vigiado. Os que estavam positivo estão a melhorar ou assintomáticos e estamos a vigiar os que estão negativo, porque se houver um pico de febre temos de agir imediatamente. Pediram-nos para aguardarmos 14 dias para testarmos todos os que deram negativo, incluindo utentes e funcionários, porque neste período pode surgir algum outro caso”, sublinhou.
“Os funcionários estão protegidos e em permanência com estas pessoas, não há partilha, e os acessos também são diferenciados”, acrescentou, sublinhando que as visitas foram canceladas, sendo possível o contacto telefónico ou por vídeochamada.
A responsável sublinhou ainda que o lar sempre proporcionou todos os meios de proteção aos funcionários, porque considerava que poderiam ser um foco de contágio, cumprindo as regras de segurança.
As visitas eram feitas “no jardim da instituição, com dois metros de distanciamento, pelo que não havia qualquer contacto mesmo quando havia visitas”, realçou, atribuindo o surto a uma saída dos utentes ao hospital.
“Quando um utente ia ao hospital, quando regressava, obviamente, fazia a sua quarentena. Mas a saúde disse-nos que, se fosse só uma consulta ou um exame, não havia necessidade de isolamento. E isto foi o mal. Foi por aí. Foi por idas ao hospital. Os utentes regressam, os mais autónomos deambulam e, por conseguinte, acabam por contagiar e, se estão assintomáticos, nós não nos apercebemos”, explicou.
O lar Casas de São Pedro tem vaga para cerca de 110 utentes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.740 em Portugal.
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