O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, afirmou que a China está a responder a um pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto os países em desenvolvimento procuram suprir a escassez de vacinas.
Wang considerou que a iniciativa constitui uma “importante decisão política” da China, para garantir a distribuição equitativa de vacinas e promover a cooperação internacional nos esforços contra a pandemia.
A COVAX, programa coordenado pela OMS e pela Aliança Global para as Vacinas (GAVI), visa garantir que os países de baixo e médio rendimento tenham vacinas contra o coronavírus suficientes, já que as nações ricas absorveram a totalidade dos primeiras milhões de doses produzidas.
“Esperamos que os países da comunidade internacional com capacidade entrem em ação, apoiem a COVAX por meio de ações práticas, apoiem o trabalho da Organização Mundial da Saúde, ajudem os países em desenvolvimento na obtenção de vacinas em tempo útil e contribuam para a sociedade internacional vencer a pandemia o mais cedo possível”, afirmou Wang, em conferência de imprensa.
A China já exportou grandes quantidades de vacinas desenvolvidas internamente para os países em desenvolvimento e a OMS está em processo de aprovação de vacinas chinesas para uso de emergência.
Isto é visto como uma tentativa de aumentar a reputação da China, face a preocupações sobre a sua crescente influência militar e económica além-fronteiras.
A China também quer evitar críticas sobre a forma como lidou com os estágios iniciais do surto de covid-19, inicialmente detetado na cidade de Wuhan, no centro do país, no final de 2019.
Uma equipa de especialistas da OMS está atualmente em Wuhan para recolher dados e pistas que possam servir para encontrar as origens do vírus.
O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.
Embora as vacinas chinesas sejam consideradas uma alternativa mais barata e possivelmente mais abundante, farmacêuticas internacionais também estão a fornecer vacinas através da COVAX.
A norte-americana Pfizer comprometeu-se, no mês passado, a disponibilizar até 40 milhões de doses da sua vacina este ano.
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