Em declarações aos jornalistas no final de uma visita a uma cantina escolar que, com o encerramento das escolas, passou a confecionar comida para distribuir a quem foi afetado pela crise, Catarina Martins foi questionada sobre as notícias que deram conta de que o líder do PS, António Costa, na Comissão Política da última noite, pediu "nervos de aço" aos socialistas na fase da retoma.
“As pessoas conhecem o Bloco de Esquerda e sabem que nos momentos mais difíceis nunca nos faltaram nervos de aço. Já tivemos muitas negociações complicadas. O que eu queria dizer é que mais do que pensarmos, naturalmente, nos projetos diferentes e nas dificuldades negociais, olharmos para o país”, defendeu.
A líder do BE citou precisamente aquilo que a responsável por esta resposta social de distribuição de alimentos da Câmara de Lisboa, Ana Leal, lhe transmitiu, ou seja, que “está a aprender todos os dias, com a crise, a alterar a resposta”.
“Aqui há uma coisa muito importante que é ouvir o país e ter empatia, compreender que esta crise afetou qualquer pessoa. Qualquer um de nós pode ser afetado com esta violência por esta crise”, sustentou.
Para Catarina Martins, em todas as respostas à crise que forem construídas, “é preciso ouvir o país, ter uma solidariedade e ter uma empatia necessária”.
É precisamente esta resposta à crise que vai estar em cima da mesa na reunião do Bloco de Esquerda com o Governo, marcada já para segunda-feira, e anunciada precisamente pelo primeiro-ministro, António Costa, no último debate quinzenal, que explicou então que ia ouvir os partidos na próxima semana sobre o orçamento suplementar.
“Fizemos um grande trabalho de levantamento de medidas e seguramente vamos ouvir os projetos do Governo, mas levaremos também medidas que Bloco de Esquerda tem estado a desenhar ao longo deste tempo, com os diversos setores e com as pessoas que estão no terreno”, adiantou.
Na perspetiva da líder bloquista, “têm de ser respostas baseadas nas necessidades do país e dirigidas pela absoluta urgência de garantir a dignidade a todas as pessoas que trabalham neste país, reconstruir a economia, o emprego e o salário”.
“Nós temos estado a ouvir o país, temos feito muitas reuniões, com muitos setores, temos estado atentos ao que tem acontecido, visto o problema da crise social, da crise económica aumentar também”, referiu.
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