Um conjunto de especialistas da Alemanha, França e Estados Unidos testaram um novo sistema de inteligência artificial em mais de 100.000 imagens de lesões e sinais na pele para distinguir entre tumores benignos e malignos.

Os resultados do computador foram comparados com os de 58 especialistas médicos de 17 países. "A maioria dos dermatologistas fez pior" do que o computador, escreveram os investigadores na revista Annals of Oncology.

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Com uma simples fotografia de 100 casos julgados complicados, os médicos identificaram corretamente, em média, 87% dos melanomas que lhes foram apresentados.

Essa percentagem aumentou para 89% com planos maiores e mais informações sobre os doentes (idade e sexo, localização da lesão da pele).

A máquina fez melhor

No entanto, a máquina fez melhor: detetou 95% dos melanomas com a mesma série de fotografias.

O computador não só detetou mais melanomas, como também "cometeu menos erros no diagnóstico de melanomas em sinais benignos". Algo que permitiria "reduzir as operações desnecessárias", ressaltou o professor Holger Hänssle, da Universidade Alemã de Heidelberg, em comunicado.

Para os investigadores, não se trata de dispensar os médicos em benefício da inteligência artificial, mas de fazer disso um "instrumento complementar". "Atualmente, nada pode substituir um exame clínico em profundidade", lembraram dois professores australianos em Dermatologia, Victoria Mar e Peter Soyer, num comentário apenso ao estudo.

Segundo o Centro Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, um órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), 232 mil casos de melanoma maligno são identificados anualmente em todo o mundo, resultando em 55 mil mortes.

Esse tipo de cancro "pode ​​ser curado se for detetado precocemente, mas muitos casos não são diagnosticados até que o cancro seja descoberto em estado avançado e difícil de tratar", alertam os investigadores.