No Alentejo, a maior adesão à greve é de 79% no Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, e a menor é de 60% no hospital de Beja, indicaram os sindicalistas Edgar Santos e Luís Matos, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

A adesão à greve é de 75% no hospital de Portalegre, de 74% no de Évora e de 71,7% no de Elvas, segundo os mesmos dados relativos ao turno que começou hoje às 08:00 e termina às 16:00 e é o primeiro abrangido pela greve de dois dias.

10 doenças perigosas que não apresentam qualquer sintoma
10 doenças perigosas que não apresentam qualquer sintoma
Ver artigo

Nos hospitais de Beja, Évora, Portalegre e Elvas, há valências a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, os internamentos e os blocos operatórios, onde as cirurgias programadas foram canceladas e só estão a ser realizadas cirurgias de urgência, disse Edgar Santos, coordenador da Direção Regional do Alentejo e dirigente nacional do SEP.

Segundo Luís Matos, também dirigente do SEP, no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), a greve é "mais expressiva" ao nível do bloco operatório, que está "a trabalhar só em contexto de urgência" e, por isso, as cirurgias programadas foram adiadas.

Na área dos cuidados de saúde primários no litoral alentejano, "há centros de saúde com a capacidade bastante diminuída" e que estão a assegurar só serviços "considerados prioritários", acrescentou Luís Matos, referindo que a adesão à greve é de 87,5% no Centro de Saúde de Santiago do Cacém e de 85,7% no Centro de Saúde de Grândola.

Luís Matos alertou para a "carência estrutural" de enfermeiros na zona, atualmente na ordem dos 100, a qual, frisou, "é sentida de forma muito expressiva" na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA).

Segundo o sindicalista, a carência conduziu a uma tomada de posição por parte dos enfermeiros do serviço de urgência do HLA, que, numa carta dirigida ao conselho de administração da ULSLA, decidiram "demitir-se da responsabilidade dos danos que possam ser causados pela falta de pessoal".

"Os enfermeiros remetem as responsabilidades para a tutela e para o conselho de administração da ULSLA, ou seja, para quem não coloca os profissionais suficientes, visto que estamos com uma carência de 21 enfermeiros só para o serviço de urgência, que será agravada com a abertura da nova urgência", explicou.

Luís Matos, que é enfermeiro na ULSLA, disse que a tomada de posição dos enfermeiros teve "efeitos imediatos" e foi enviada esta semana para as entidades responsáveis.

A greve de dois dias, que decorre desde as 08:00 de hoje e até às 24:00 de sexta-feira, foi convocada por todos os sindicatos de enfermeiros para pressionar o Governo a apresentar uma contraproposta ao diploma da carreira de enfermagem.