No requerimento do deputado do BE Moisés Ferreira, e a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que “mais de 50 diretores e chefes de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho apresentaram hoje a sua demissão”, explicando, num documento conjunto, que “as diversas promessas da governação em estrutura, equipamentos e recursos humanos não têm sido satisfeitas para acompanhar a dinâmica de um dos principais complexos assistenciais da região”.

Contactado pela agência Lusa, Moisés Ferreira explicou que a intenção do BE é que sejam ouvidos no parlamento todos aqueles diretores e chefes de serviço demissionários que o desejem, tendo o partido focado o requerimento no diretor clínico uma vez que foi quem hoje deu voz ao documento assinado por todos os demissionários.

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“Já em março passado estes diretores e chefes de serviço ameaçaram a demissão. Seis meses depois essa demissão é concretizada. O Bloco de Esquerda considera que a Comissão de Saúde deve ouvir os diretores e chefes de serviço demissionários, para que se perceba o que aconteceu (ou não aconteceu) desde março deste ano e que culminou nesta demissão em bloco”, pode ler-se no requerimento.

O documento que o BE entregou no parlamento recorda que, “em conferência de imprensa, os diretores e chefes de serviço demissionários reiteram a necessidade de aumentar o financiamento a este centro hospitalar, assim como a necessidade de melhorar as condições infraestruturais”, além de aumentar a capacidade de internamento e de contratar mais profissionais de saúde.

"Consideramos que o investimento no Serviço Nacional de Saúde [SNS]– em infraestruturas, em equipamentos e em mais profissionais – deve ser uma das prioridades do país", defendeu o BE.

Por isso, no início deste ano, o partido propôs "a contratação de todos os profissionais que tinham sido colocados neste centro hospitalar ao abrigo do plano de contingência, proposta que o Governo não acolheu e que levou ao despedimento de, pelo menos, 12 profissionais de enfermagem".

"Temos defendido o aumento do financiamento, em particular para investir em equipamento, tecnologia e infraestruturas e para a contratação de mais profissionais de saúde e temos dito que o SNS não pode ser subordinado a uma política centrada no défice para mostrar em Bruxelas", afirma ainda Moisés Ferreira no mesmo requerimento.