“A vacinação é a melhor forma de prevenir a doença e as suas complicações. Recomendamos também medidas de higiene como a lavagem das mãos e evitar o contacto com pessoas doentes”, disse Graça Freitas, reforçando o apelo, em especial para os idosos, crianças ou pessoas com doenças crónicas.

Segundo explicou, a atividade gripal em Portugal entre 29 de dezembro e 04 de janeiro foi elevada e está acima da atividade basal, o que indicia o início do período epidémico.

“Neste momento, a atividade gripal é semelhante à que atingiu no ano passado perto do pico mas, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, a incidência, o número de pessoas que estará doente por cem mil habitantes é de 127,7 e isso levou a que a linha de base fosse ultrapassada e se considere que entrámos no período epidémico”, afirmou Graça Freitas.

De acordo com a subdiretora-geral da Saúde, a evolução da mortalidade semanal, por “todas as causas”, apresenta, no mesmo período, um acréscimo em relação ao esperado.

“Este aumento ocorre habitualmente na época de inverno e pode estar associado às baixas temperaturas, à descompensação de doenças crónicas e a infeções respiratórias causadas por diferentes microrganismos, nomeadamente gripe”, disse.

Graça Freitas adiantou também que têm estado em circulação outros vírus, além do vírus da gripe, que originam sintomatologia respiratória, nomeadamente Rhinovírus humano.

“Estamos a aguardar mais uma ou duas semanas para perceber qual vai ser o padrão de vírus em Portugal e isso depois vai definir a evolução da epidemia”, contou.

Graça Freitas lembrou que o vírus da gripe é sazonal, manifestando-se principalmente durante o inverno, com um padrão de incidência predominante, nos últimos anos, em janeiro e em fevereiro.

A DGS estima que 60% das pessoas com 65 ou mais anos de idade já estejam vacinadas contra a gripe.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), o número de casos de gripe subiu dez vezes mais entre os dias 29 de dezembro e 4 de janeiro e a mortalidade ’por todas as causas’ cresceu acima do esperado.

A taxa de incidência da síndroma gripal foi na última semana de 127,7 casos por cada 100.00 habitantes.

Segundo o boletim do INSA, naquela semana foram analisados laboratorialmente 169 casos de síndroma gripal, dos quais 109 negativos para o vírus influenza, 51 positivos para vírus influenza do tipo B (dos quais 25 da linhagem Yamagata, 8 positivos para o vírus influenza A(H3) e 1 positivo para o vírus influenza A(H1)pdm09.

“Na semana 01 de 2015 foi admitido um caso de gripe nas 21 Unidades de Cuidados Intensivos que reportaram informação”, indica o INSA, adiantando tratar-se duma mulher de 52 anos que não tinha sido vacinada contra a gripe.

Desde o início da época de gripe 2014-2015 foram admitidos, em unidades de cuidados intensivos, sete doentes com gripe, quatro por influenza B e três por influenza A.

“A identificação dos subtipos destes vírus não é, ainda, conhecida”, é referido no boletim.