
De acordo com o estudo "Estigma e Discriminação", apresentado na cidade da Praia no âmbito das cerimónias do Dia Mundial da Luta contra a Sida, 89,7% dos cabo-verdianos que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) asseguram não ser vítima de discriminação no acesso à educação, saúde, mercado de trabalho, na família ou na comunidade.
No entanto, o estudo alerta para que o este baixo índice de discriminação e estigmatização ocorre num contexto em que "apenas uma em cada quatro pessoas que vive com HIV comunica a sua condição serológica positiva à família". Os dados revelam também que a maioria dos inquiridos sofre de auto estigma, com 52,3% a manifestar baixa autoestima.
Mais de metade dos inquiridos decide não ter filhos e priva-se de relações sexuais. O estudo aponta também que, apesar da incidência de HIV ser maior nos homens, as mulheres notificam em maior proporção a sua condição serológica.
A maioria das pessoas seropositivas (57%) vive com o vírus há mais de 5 anos, sendo a maior longevidade das mulheres. A maioria da população seropositiva é adulta e tem filhos, contrariamente à média global em que seis em cada 10 seropositivos são separados/divorciados, solteiros ou viúvos.
O estudo revela ainda que existe consciencialização, sobretudo entre as mulheres, para a necessidade de fazer testes de despistagem do HIV/Sida e que a procura de um diagnóstico é feita em larga maioria por iniciativa dos próprios. Segundo o estudo, o tratamento antirretroviral é generalizado em todos os concelhos e as novas infeções atingem de forma marginal as crianças, demonstrando sucesso no combate na transmissão mãe/filho. No estudo, que visava aferir o índice de estigma e discriminação das pessoas que vivem com HIV, foram inquiridas 543 pessoas durante o ano de 2015.
O mais recente relatório da ONUSIDA, divulgado em novembro, coloca Cabo Verde entre os países onde a situação das pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) é mais preocupante.
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