Fetichismo chique
A veterana estilista britânica Pam Hogg, que não deixou para trás o seu estilo roqueiro e transgressor, vestiu a casa da maçonaria de Londres com uma coleção de tintas sadomasoquistas.
Muito couro e vinil preto, arame farpado e sapatos plataforma contrastavam com delicados tules transparentes, cintos e laços de cores pastéis.
Pam Hogg propôs para o outono-inverno uma mulher que não duvida ao vestir um biquíni de couro envernizado sob um macacão de tule preto, com saltos e mangas amplas de pele.
As blusas drapeadas em tom pastel aparecem com laços nas costas, combinadas com saias e vestidos camuflados sem mangas e botas de salto stiletto.
Suaves tules e sedas aparecem ajustados ao corpo por cintos de couro ou vinil preto nos ombros ou panturrilhas. Os macacões muito justos são usados com longas luvas brilhantes, botas cuissardes acima dos joelhos e chapéus de polícia.
Em azul cerúleo e vermelho-cereja, o tule serve também para criar volumosos vestidos com grandes decotes franzidos. Junto a eles, fatos andrógenos aveludados de cores suaves, de rosa pastilha elástica e azul turquesa até verde azeitona.
O clímax veio com a noiva tatuada sobre plataformas prateadas e totalmente nua sob um vestido de tule branco transparente em que sofisticadas rendas com pedrarias cobriam apenas o necessário.
Burberry diferente
Riccardo Tisci, que trabalhou anteriormente para a marca francesa Givenchy, tomou as rédeas criativas da Burberry em março de 2018 com a missão de dar uma nova vida à famosa marca britânica fundada em 1856.
A esperança de que a mudança se traduza em vendas instalou-se na passerelle londrina após a sua primeira coleção, apresentada em setembro do ano passado.
"A primeira coleção foi um pouco como começar a escrever as minhas primeiras letras e agora apliquei-me para escrever todo um livro", disse em entrevista à AFP após apresentar no domingo a sua coleção outono/inverno 2019-2020 numa das galerias do famoso museu de arte contemporânea Tate Modern.
Um dos looks combina um minivestido monocromático com gola polo, que Tisci justapôs com um corpete com fecho élclair e mangas largas. Esse é um estilo chocante para os fãs da marca, mas não para quem conhece os trabalhos anteriores do estilista italiano, especialista no streetwear de luxo.
A coleção completa-se com casacos bomber em cores pastéis, acolchoados com gola super ampla como um colete salva-vidas, vestidos com grandes decotes cobertos de medalhas de prata e um casaco amplo com gola como um vestido de noiva.
Não faltou a clássica gabardina, que apareceu ligeiramente modernizada.
Rainha moderna
O jovem estilista coreano Seung Gan Park desfilou com a sua marca Pushbutton na Semana de Moda de Seul desde 2010, mas alcançou Londres em busca de projeção internacional.
Nesta terça-feira apresentou na capital britânica uma coleção que, segundo ele, "reafirma a sua anárquica atitude punk".
As suas silhuetas superdimensionadas graças às imensas ombreiras e modelos oversize aparecem combinadas com tops, golas elizabetanas, vestidos de seda e ténis desproporcionadamente volumosos.
A marca busca criar um equilíbrio entre a raridade e a frescura urbanas: as gabardinas têm fendas na frente e atrás, as camisas aparecem com golas e as pantalonas são franzidas nos joelhos e tornozelos.
As calças têm cintura alta, algumas mais atrás do que à frente, e as blusas são em preto e branco ou em complicadas estampas de xadrez, bolas e leopardo, com uma profusão de folhos e detalhes militares.
A musa deste estilo andrógeno é "uma verdadeira rainha no sentido moderno da palavra", segundo a marca, "um indivíduo forte e independente que não tem medo de ultrapassar os limites".
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