"Obrigado por tudo minha querida mãe, juntas para sempre", escreveu no Twitter Lavinia, a filha da estilista e vice-presidente do Grupo Biagiotti.

O óbito de Laura Biagiotti aconteceu na madrugada desta sexta-feira, após os médicos terem declarado a morte cerebral da estilista, informou a agência de notícias AGI.

Para além de ter sido uma das primeiras estilistas a apresentar as suas coleções na China, Biagiotti destacou-se por ter conquistado a ex-União Soviética com um desfile memorável no Grande Teatro do Kremlin em Moscovo.

Em 2015, quando completou 50 anos de carreira, disse numa entrevista que graças a essas experiências conseguiu entender o poder que a moda tinha na mudança das sociedades.

"Em 1988, sentimos que depois de tantos anos com roupas iguais, os homens e as mulheres chinesas queriam expressar a sua própria individualidade", explicou, em 2015, ao jornal Il Sole 24 Ore, onde destacou ainda o impacto positivo da internet e das redes sociais na comunicação e criatividade.

Recorde-se que Laura Biagiotti iniciou a sua carreira em Roma na década de 1960 ao lado da mãe, Delia. As duas trabalharam com grandes empresas, como é o caso de Alitalia, Roberto Capucci e Rocco Barocco.

Em 1972 apresentou, em Florença, a primeira coleção da sua marca "Laura Biagiotti". Ao lado dos estilistas Gianfranco Ferrè e Ottavio Missoni mudou-se para Milão, o que contribuiu para transformar a capital italiana num dos grandes centros mundiais da moda.

Desde 1980 que morava num castelo do século XI perto de Roma.

Em vida Laura Biagiotti financiou a restauração de muitos edifícios históricos em Itália e nunca parou de lançar novas coleções de roupas e acessórios. Todos os anos, o Grupo Biagiotti utilizava quase 50 mil quilos de caxemira no fabrico das suas peças.